O tema Mobilidade Urbana, mas desta vez envolvendo uma ação de curto prazo, também esteve na pauta do encontro mensal de prefeitos realizado hoje (2), com a apresentação dos primeiros resultados do Projeto de Sincronização Semafórica contratado pelo Consórcio e em fase de conclusão. Documento com detalhes do estudo será entregue ainda este mês às sete Prefeituras do ABC.

Segundo Alexandre Zum, da empresa Tranzum, contratada pelo Consórcio para o projeto, os trabalhos, iniciados há quatro meses, foram desenvolvidos para revitalizar a programação semafórica em 150 cruzamentos da região, nos corredores de interligação dos municípios. No decorrer do estudo foram identificados outros 11 cruzamentos que necessitaram ser incluídos. Ao todo, foram analisados 201 cruzamentos (veiculares e pedestres).

O Projeto de Sincronização Semafórica teve como objetivo proporcionar melhorias significativas no trânsito. O investimento do Consórcio foi de R$ 529,5 mil de recursos próprios. A nova programação que está sendo entregue aos municípios tem implantação imediata e com baixo custo. Para a conclusão resta programar entre 50 e 60 cruzamentos.

O estudo foi realizado no eixo das Avenidas Guido Aliberti, Goiás, Rua Alegre (São Caetano do Sul), Avenidas D. Pedro, Ramiro Colleoni e Pereira Barreto (Santo André e São Bernardo do Campo), rotatória do Paço de São Bernardo do Campo, Avenidas Lucas Nogueira Garcez, Piraporinha, Fábio Eduardo Esquivel (Diadema), Corredor ABD, Avenidas Lauro Gomes e Prestes Maia (divisa de São Bernardo e Santo André), Faculdade Mauá (divisa entre São Caetano e São Bernardo) e Avenida Capitão João (ligação de Mauá e Ribeirão Pires). Houve monitoramento de cruzamentos com pesquisas via GPS, filmagem por um período de 24 horas e contagem de tempo gasto antes e depois da nova programação proposta. Além disso, foram identificadas grande quantidade de placas de trânsito com erro ou necessitando de ajustes.

Um dos pontos críticos foi o cruzamento entre as Avenidas Dr. Rudge Ramos com Avenida do Taboão, em São Bernardo, onde na hora pico da manhã chegam a passar 5.700 veículos e um total de 67 mil veículos/dia. Neste caso, o tempo para cruzar o semáforo chegava a 10 minutos. Com a reprogramação caiu para 6 minutos, mas não há mais capacidade. “Isso é importante para os prefeitos saberem que há pontos saturados em que o semáforo não é mais a solução, necessita de uma obra viária”, afirmou Alexandre Zum. A Avenida Capitão João, em Mauá, também se mostrou saturada em razão do Rodoanel.

Mudanças operacionais também foram sugeridas. “Uma coisa muito grave que detectamos no ABC é que a maioria dos cruzamentos semafóricos possuem apenas um plano de tráfego, o que significa que o tempo de verde é o mesmo de manhã, na hora do almoço, à tarde, noite e de madrugada. Nós propusemos sete planos básicos”, disse o especialista.

Mas o maior problema apontado foi o fato de os controladores de tráfego ao longo de todo corredor de ônibus da Metra, de responsabilidade do governo do Estado, através da EMTU, serem da década de 80 e estarem completamente sucateados, sem sequer haver peças de reposição para sua manutenção. ”Eles são hoje os grandes responsáveis pelos congestionamentos nos principais corredores do ABC”, avaliou Alexandre Zum.

Após a apresentação, o presidente do Consórcio e prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, recomendou que as cidades complementem o trabalho, providenciando a análise de outros cruzamentos locais. Já a questão dos corredores de responsabilidade estadual receberá atenção especial: “A Metra será chamada para discutir o problema dos controladores”, anunciou Marinho.