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Educação - Quarta-feira, 04 de Maio de 2016

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Relatos sobre homens autores de violência contra a mulher marcam início de novo Curso Gênero e Masculinidades

Relatos sobre homens autores de violência contra a mulher marcam início de novo Curso Gênero e Masculinidades


Relatos sobre homens autores de violência contra a mulher marcam início de novo Curso Gênero e Masculinidades

A atuação dos grupos reflexivos com homens autores de violência contra a mulher como espaço de socialização masculina foi o tema da aula inaugural do 2º Curso “Gênero e Masculinidades”, ministrada nesta quarta-feira (4) por Leandro Feitosa Andrade, doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). A formação, promovida pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC, é organizada pelo Grupo de Trabalho Gênero e pelo Grupo Temático Gênero e Masculinidades.

Feitosa falou sobre suas experiências como coordenador desses grupos no Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, organização não governamental (ONG) voltada para a saúde da mulher. “Desde 2006, com início em São Caetano do Sul, trabalhamos com grupos reflexivos compostos por homens autores de violência contra mulheres. Atualmente, cada grupo tem 15 integrantes. Seguimos uma metodologia que tem como objetivo garantir o direito das mulheres por meio do aprendizado de masculinidades”, explicou.

Os encontros permitem que os participantes questionem o modelo machista e o uso da violência, além de proporem alternativas para situações de conflito, de acordo com o psicólogo. “No início, os homens negam a situação, dizendo que são injustiçados, sem assumir ou minimizando a violência cometida contra a mulher. Depois, a resistência fica menor, a ponto de, em alguns casos, mostrarem interesse em seguir no grupo mesmo depois do período obrigatório”, disse Feitosa. Na opinião do especialista, em termos de prevenção, o debate profundo sobre questões de gênero nas escolas devia ser intenso, contribuindo para a redução dos casos de violência contra a mulher.

O psicólogo e sociólogo Flávio Urra, responsável por mediar os encontros do curso, ressaltou o caráter multidisciplinar da formação, que alia debates sobre experiências práticas e conteúdo teórico, e a necessidade de falar sobre gênero com o público masculino. “Os homens ainda apresentam resistência a discutir esse assunto. Queremos trabalhar essa questão nos sete municípios e torná-los agentes multiplicadores”.

A coordenadora do GT Gênero do Consórcio, Maria Socorro Pereira Miranda, afirmou que o Curso “Gênero e Masculinidades”, iniciado hoje, fortalece a continuidade do debate sobre gênero na região. “O primeiro Curso realizado no ano passado foi uma iniciativa pioneira no Brasil para a discussão de masculinidades. O ABC está de parabéns por manter esse tema em debate, por meio do Grupo Temático”, disse.

A mesa de abertura da formação contou ainda com a presença de Márcia Garcia, representante da Secretaria de Políticas para Mulheres de Santo André, e de Sonia Feitosa, da Secretaria de Defesa Social de Diadema. O 2º Curso “Gênero e Masculinidades” terá mais 19 encontros semanais, até 21 de setembro. Os participantes vão receber certificação de curso de extensão ao final da formação, emitida pelo Consórcio em parceria com a Faculdade de Medicina do ABC (FMABC).

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