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Seminário internacional debate inclusão social de catadores no ABC
Acadêmicos, gestores públicos e representantes de empresas e cooperativas de catadores debateram, nesta segunda-feira (25), os desafios e propostas para a coprodução participativa de serviços de gerenciamento de lixo e a inclusão social dos profissionais ligados à coleta seletiva no ABC. A temática foi discutida durante o II Seminário e Workshop Internacional Combatendo a Pobreza e Construindo a Democracia na Coleta Seletiva Inclusiva, realizado no Campus São Bernardo do Campo da Universidade Federal do ABC (UFABC).
Na mesa de abertura do evento, o vice-reitor da UFABC, Dácio Roberto Matheus, afirmou que as iniciativas de inserção dos catadores na política pública de gestão de resíduos sólidos, no Brasil e no mundo, têm como principal objetivo o combate à pobreza e a promoção da democracia. O vice-reitor classificou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305 de 2/08/2010) como um avanço, mas ressaltou que é preciso garantir a logística reversa - conjunto de ações para devolver à cadeia produtiva os resíduos que precisam de destinação final ambientalmente correta. “Os aterros não estarão adequados enquanto receberem resíduos que podem ser reciclados e materiais orgânicos. Ainda estamos longe dessa conquista”, afirmou.
Patrícia Frazão, da Cooperativa Central de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis do Grande ABC (Coopcent), comentou os resultados do Projeto de Fortalecimento dos Catadores e Catadoras e Ampliação da Coleta Seletiva no Grande ABC. Lançada oficialmente em maio de 2012, a iniciativa foi encerrada oficialmente neste mês, com cumprimento de 100% das metas estabelecidas. A representante da Coopcent defendeu ainda o papel das cooperativas no mercado de trabalho. “As cooperativas geram empregos nas cidades, pois entre os catadores existem muitas pessoas que estavam desempregadas. Lixo é matéria-prima que pode agregar valor e mudar a vida de muita gente”, disse.
Para a professora Nidia Pontuschka, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, a categoria dos catadores ainda é muito prejudicada e discriminada. “É muito importante colocá-los como cidadãos, como alguém que tem voz”, declarou. Por sua vez, a professora Jutta Gutberlet, do Departamento de Geografia da Universidade de Victoria, no Canadá, definiu os catadores como “os personagens principais da coleta seletiva”, defendendo políticas públicas inclusivas para a classe.
A engenheira ambiental e técnica de Programas e Projetos do Consórcio, Livia Rosseto, citou o objetivo da entidade regional de universalizar a coleta seletiva na região, meta que faz parte do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Grande ABC (PGIRS ABC). Como parte desse compromisso, lembrou a realização de audiências públicas nas sete cidades para debater as demandas relativas ao tema, iniciadas nesta segunda.