A urbanização crescente e as mudanças climáticas obrigam os gestores das cidades a priorizarem o tema da arborização. Essa foi a principal conclusão do 1º Seminário de Vivências e Práticas de Arborização Urbana do Grande ABC, organizado pelo Consórcio, que ocorreu em Santo André nesta quarta-feira (14). Desafios e soluções referentes ao espaço das árvores nos municípios foram apresentados por representantes das prefeituras da região, membros das secretarias do Meio Ambiente, defesas civis e bombeiros, além do Secretário da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Joaquim Neto, e do engenheiro florestal da Fundação Parques e Jardins da prefeitura do Rio de Janeiro, Flávio Pereira Telles.

A coordenadora do Grupo de Trabalho Defesa Civil e do Grupo Temático Gestão de Árvores Urbanas da entidade regional, Débora Diogo, destacou que, no último verão, as ocorrências relacionadas às árvores superaram os casos de problemas com deslizamentos e escorregamentos de terra no ABC. Para enfrentar o problema, ela afirma que não se pode pensar em simplesmente eliminar as árvores.

“Com o crescimento das cidades as árvores ficaram espremidas em meio a tanto concreto. Alguns pensam que basta cortá-las, mas isso aumentaria ainda mais o desequilíbrio climático que enfrentamos. Nossas políticas devem levar em conta que as cidades têm espaço para todos: pessoas, construções e árvores. Além de colaborar para um clima mais ameno, elas também têm função paisagística nos municípios”, ressaltou.

Débora Diogo lembrou também que os desafios da arborização urbana devem ser enfrentados de forma conjunta pelos vários órgãos que atuam nas cidades e destacou as principais soluções propostas pelo Consórcio para os municípios do ABC.

“Se uma árvore cai e atinge a fiação, por exemplo, a Defesa Civil precisa aguardar pela colaboração da Eletropaulo para depois finalizar seu trabalho. Entre outras medidas, nós precisamos de educação ambiental, organizar um material que reúna as legislações de cada município sobre esse tema e elaborar um plano de contingência regional, integrado com defesas civis e bombeiros. As cidades estão colaborando: Santo André, por exemplo, tem um material informativo que pode ser replicado em toda a região, e Mauá está elaborando um plano diretor específico para esse tema”.

Representantes dos municípios apresentaram situações enfrentadas por cada um no cotidiano. Santo André tratou de todo o ciclo da arborização, desde o plantio das sementes até o reaproveitamento. São Bernardo do Campo destacou os desafios da arborização em uma cidade ocupada, em sua maioria, por espécies inadequadas. São Caetano do Sul discutiu os problemas do envelhecimento das árvores no espaço urbano, enquanto Ribeirão Pires focou no trabalho da Defesa Civil em prol do verde nos municípios e Mauá detalhou o Plano Diretor de Arborização Urbana da cidade.