Em cerimônia realizada na noite de ontem (23) na Assembleia Legislativa de São Paulo, o Programa Casa Abrigo Regional, mantido pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC, foi homenageado com a Medalha Ruth Cardoso. A proposta de proteção e reinserção da mulher vítima de violência à sociedade, desenvolvida no ABC pelo programa, foi escolhida entre 140 indicações feitas ao Conselho Estadual da Condição Feminina, órgão ligado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania e organizador do evento. A medalha foi recebida pelo presidente do Consórcio e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão.

Também estiveram presentes à cerimônia a coordenadora do Grupo de Trabalho Gênero, Maria Cristina Pechtoll, a presidente do Conselho Gestor da Casa Abrigo, Maria Aparecida da Silva, e o Secretário Executivo do Consórcio, Luis Paulo Bresciani. “Esse não é um programa da mulher, é um programa da família. Porque quando uma mulher é agredida isso afeta diretamente a família, uma das instituições mais importantes da nossa sociedade”, resumiu o prefeito Gabriel Maranhão ao receber a medalha.

O presidente do Consórcio destacou o trabalho de todas as mulheres presentes responsáveis pelo Programa, entre gestoras do projeto, equipe técnica do Consórcio e representantes da ONG Samaritano São Francisco de Assis, executora do convênio. “São mulheres que estão presentes nesse projeto durante todos os dias do ano, desde 2003”, disse Gabriel Maranhão, lembrando a criação do Programa Caso Abrigo Regional, cujo atendimento já atingiu 1.551 pessoas, entre mulheres vítimas de violência doméstica e seus filhos. Atualmente, as duas unidades mantidas têm capacidade para atender 40 mulheres e filhos menores de 18 anos, recebendo investimentos de aproximadamente R$ 1,3 milhão/ano, repassados ao Consórcio pelas sete prefeituras do ABC.

A Medalha Ruth Cardoso reconhece o trabalho de entidades e personalidades que se destacaram na luta pelos direitos da mulher. No caso da Casa Abrigo, o Conselho Estadual da Condição Feminina ressaltou que o programa visa “garantir segurança e proteção à mulher em situação de violência doméstica e familiar sob risco iminente de morte, interrompendo o ciclo de violência e propiciando sua reestruturação biopsicossocial”. Para a presidente do Conselho, Rosmary Corrêa, a “delegada Rose”, o programa desenvolvido no ABC é exemplo para o País. “É um dos poucos abrigos de mulheres que funciona, e é um trabalho maravilhoso”, disse.

A experiência da Casa Abrigo vem se consagrando, também como modelo internacional. Assim como prefeituras e consórcios de outras regiões, países como Chile e África do Sul têm procurado o Conselho Gestor das casas para pesquisas sobre o modelo estrutural do programa, demonstrando interesse em implantar medidas semelhantes. Em 2011, o trabalho da Casa Abrigo foi um dos cinco programas vencedores do ‘’III Prêmio Chopin Tavares de Lima’’, na categoria de ‘’Novas Práticas Municipais’’. O evento foi promovido pelo Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (CEPAM) e premiou iniciativas na promoção de avanços sociais.

Conselheira do Conselho Estadual da Condição Feminina, Cida Prado, entrega a medalha para o presidente do Consórcio, Gabriel Maranhão