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Em encontro na sede da entidade, presidente da ANA, Vicente Andreu, apoia demandas dos prefeitos
A falta de transparência por parte do Governo do Estado no que diz respeito à crise hídrica foi mais uma vez debatida no Consórcio Intermunicipal Grande ABC na manhã de hoje (6), durante assembleia extraordinária dos prefeitos da região, com a presença do presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu. Após o encontro, a entidade divulgou uma nota pública sobre a crise de abastecimento a ser encaminhada à Sabesp, além de uma solicitação de esclarecimentos à CETESB, quanto ao anúncio de maior retirada de água da Represa Billings e consequente bombeamento de águas do Rio Pinheiros para evitar o déficit do reservatório, aumentando a contaminação da represa.
Vicente Andreu fez uma análise da crise no Estado e suas perspectivas, apresentou detalhes sobre a gestão dos reservatórios e ouviu dos prefeitos um relato sobre os questionamentos que mais afligem as administrações municipais: as dúvidas em relação à iminência do rodízio de água que poderia causar desabastecimento de serviços essenciais, comércio e indústria, e a apreensão diante de uma eventual transposição do Rio Pinheiros. “Ouvimos as ponderações bastante consistentes dos prefeitos na preocupação com a gestão adequada da água e entendemos que essa preocupação com a qualidade da água tem de ser respondida pelos órgãos do Estado”, disse Andreu, apoiando a cobrança do Consórcio por um plano de contingência transparente e manifestação dos órgãos ambientais.
O presidente do Consórcio e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, defendeu a necessidade de criação de um anel das águas (anel hidroviário) para integrar as bacias e compensar as dificuldades dos reservatórios mais críticos com as águas de outros em melhores condições, mas lembrou que isso deve ocorrer sem prejuízo dos reservatórios. “Saímos daqui com um questionamento sobre a Billings, no que diz respeito à qualidade dessa água (da transposição do Pinheiros), que é sabido está bem mais poluída”, ressaltou.
Apesar de afirmar que a decisão sobre eventual rodízio é exclusiva da Sabesp, o presidente da ANA lembrou que desde fevereiro de 2014 a Agência aponta que o sistema deveria ser operado com medidas mais restritivas do que as que foram adotadas. “Nós não sabíamos como estaríamos hoje, assim como não sabemos como estaremos em 2016. É muito prudente que se apresentem medidas mais restritivas e, se for o caso, como foi aqui, inclusive, discutir com os prefeitos e usuários se eles desejam essas medidas ou não. Mas não tê-las adotado no passado e, agora, com a consistência da crise, evidentemente reduz a quantidade de água do Estado”, argumentou.
Esclarecimentos
A nota pública sobre a crise de abastecimento divulgada pelo Consórcio após o encontro será protocolada também junto à Sabesp, assim como a solicitação de esclarecimentos à CETESB quanto às dúvidas sobre a transposição das águas do Rio Pinheiros para a Represa Billings. O Secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo do Campo, João Ricardo Guimarães Caetano, indicado pelo colegiado de prefeitos para representar a entidade regional nas reuniões do Comitê de Crise Hídrica criado pelo governo do Estado, destacou que os prefeitos pedem mais de transparência, seriedade e responsabilidade no trâmite das informações.
“Os prefeitos fazem questionamentos: haverá, em algum momento, transferência do Rio Pinheiros para manter o nível da Represa? Há segurança quanto à qualidade da água de uma parte mais suja do reservatório para uma parte mais limpa? Há segurança quanto à qualidade da água fornecida à população. Os prefeitos fazem essas perguntas por que não têm informações oficiais da Sabesp e governo do Estado sobre o projeto que será apresentado”, afirmou João Ricardo.