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Pesquisa aponta sinais positivos para o ABC, como ampliação dos rendimentos médios dos assalariados e redução do contingente de autônomos
O mês de agosto foi marcado por acréscimo de 0,7% na taxa de desemprego total na região do ABC, passando de 10,6% em julho para os atuais 11,3%. Em contrapartida, aumentou o emprego assalariado no setor privado com carteira de trabalho assinada (1,7%), e foi registrada redução de 7,1% no número de autônomos. Os dados foram divulgados na tarde de hoje (24), durante apresentação da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC.
O contingente de desempregados foi estimado em 157 mil pessoas, 11 mil a mais em relação ao mês anterior. Este resultado deveu-se à ligeira redução do nível de ocupação (eliminação de 5 mil postos de trabalho, ou -0,4%) e ao pequeno acréscimo da força de trabalho da região (mais 6 mil pessoas, ou 0,4%). ‘’Há uma tendência de maior quantidade de pessoas entrando no mercado a partir do segundo semestre, isso desequilibra e alimenta a proporção de desempregos na região’’, explicou o técnico da Fundação Seade e coordenador da PED, Alexandre Loloian, durante a apresentação.
Entre julho e agosto, a taxa de desemprego total permaneceu relativamente estável na Região Metropolitana de São Paulo (de 11,4% para 11,3%), no município de São Paulo (de 10,8% para 10,7%) e nos demais municípios da RMSP, exceto a capital (de 12,2% para 12,0%).
Na Região do ABC, o nível de ocupação reduziu-se ligeiramente (-0,4%) e o contingente de ocupados foi estimado em 1.229 mil pessoas. Segundo os principais setores de atividade econômica analisados, o nível de ocupação diminuiu no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-4,4%, ou eliminação de 9 mil postos de trabalho), e permaneceu em relativa estabilidade nos Serviços (0,2%, ou 1 mil). Alexandre Loloian apontou para recuperação do setor de Indústria de Transformação, que gerou 4 mil postos de trabalho (1,3%), destaque para a metal-mecânica que criou 2 mil novos postos (1,3%). ‘’A ocupação na Indústria de Transformação se estabilizou após queda crescente nos últimos meses, esse pode ser um indício de arrancada do setor para o segundo semestre’’, disse.
Segundo posição na ocupação, o número de assalariados cresceu 1,4%. No setor privado, elevou-se o emprego com carteira de trabalho assinada (1,7%) e reduziu-se ligeiramente o sem carteira (-1,1%). No mês em análise, o contingente de autônomos contraiu-se em 7,1%.
Em agosto, aumentou a média de horas semanais trabalhadas pelos ocupados e assalariados (de 40 para 41 horas). A proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais também se elevou entre os ocupados (de 23,3% para 25,5%) e assalariados (de 20,7% para 23,7%).
Entre junho e julho, ampliaram-se os rendimentos médios reais de ocupados (4,0%) e assalariados (7,5%), os quais passaram a equivaler a R$ 2.043 e R$ 2.086, respectivamente. Também cresceram as massas de rendimentos de ocupados (1,5%) e assalariados (4,8%), em ambos os casos, devido às elevações dos rendimentos médios, que mais que compensaram as reduções dos níveis de ocupação. Para Alexandre, o aumento do rendimento médio somado às horas trabalhadas pode ser um indicador de um possível aumento no número de contratações. “Os que estão ocupados trabalharam mais, o que pode ser sinal de que a ocupação deve aumentar nos próximos meses”, destacou.
COMPORTAMENTO EM 12 MESES
Em agosto de 2014, a taxa de desemprego total na Região do ABC (11,3%) ficou praticamente igual à observada no mesmo mês de 2013 (11,2%). Nesse período, a taxa de desemprego aberto passou de 9,5% para 9,7%.
Em termos absolutos, o contingente de desempregados pouco variou (mais 2 mil pessoas), resultado da relativa estabilidade do nível de ocupação (geração de 3 mil postos de trabalho) e do número de pessoas que passaram a fazer parte da força de trabalho da região (mais 5 mil). A taxa de participação passou de 61,0% para 60,8%, no período analisado.
Entre agosto de 2013 e de 2014, o nível de ocupação permaneceu relativamente estável (0,2%). Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu do aumento nos Serviços (8,2%, ou geração de 48 mil postos de trabalho), que praticamente compensou as reduções na Indústria de Transformação (-7,1%, ou eliminação de 24 mil postos de trabalho) – com destaque para o segmento da metal-mecânica (-14,4%, ou -26 mil) – e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-11,8%, ou -26 mil).
O assalariamento cresceu 0,9% nos últimos 12 meses. No setor privado, aumentou o número de empregados com carteira de trabalho assinada (2,6%) e contraiu-se o daqueles sem carteira (-14,6%). No período em análise, o contingente de autônomos elevou-se em 1,7%.
‘’Observamos recuperação do rendimento médio real, deslocando o rendimento dos ocupados acima da trajetória registrada no mesmo período do ano passado’’, analisou Loloian, em relação ao crescimento do rendimento médio real dos ocupados (3,0%) e, em menor medida, o dos assalariados (0,7%), entre julho de 2013 e de 2014. Elevaram-se as massas de rendimentos reais de ocupados (5,7%) e assalariados (1,1%), em ambos os casos, devido, principalmente, ao crescimento do rendimento médio real e, em menor proporção, do nível de ocupação.