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Administração - Quarta-feira, 27 de Agosto de 2014

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Cai número de ocupados no setor de Serviços e taxa de desemprego aumenta no ABC

Ainda assim, ABC registra menor taxa para o mês de julho desde 1998


Cai número de ocupados no setor de Serviços e taxa de desemprego aumenta no ABC

Embora o mês de julho tenha sido marcado por elevação de 0,9% da taxa de desemprego total no ABC, que subiu de 9,7% em junho, para os atuais 10,6%, esta foi a menor taxa já registrada para o mês desde o início da série histórica da pesquisa, em abril de 1998. Os dados foram divulgados hoje (27) durante apresentação da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC.

Para o assessor técnico do Dieese, Thomaz Ferreira Jensen, os resultados apresentam redução considerável se comparados ao mesmo período do ano passado. “A taxa ainda é menor do que os 12,1% para o mesmo mês de 2013”, lembrou Jensen. Outro comparativo pode ser feito com o total de desempregados do mês passado, de 146 mil, contra 166 mil de julho de 2013. ‘’Tivemos menos 20 mil desempregados em relação ao número de julho do ano passado’’, ressaltou.

O assessor técnico lembra que houve relativa estabilidade na Indústria e Comércio, enquanto o setor de Serviços registrou drástica redução, com 31 mil postos de trabalho a menos. A perspectiva, porém, é de recuperação para os próximos meses. “Pela experiência dos dois últimos anos, a partir de agosto deve haver uma trajetória de retomada do número de ocupados”, previu. Segundo Thomaz Jensen, a expectativa de crescimento está baixa e os investimentos muito cautelosos em razão do cenário eleitoral, o que prejudica o desempenho econômico.

Desempregados

O contingente de desempregados na região, estimado em 146 mil pessoas, registrou 10 mil pessoas a mais em relação ao mês anterior. Este resultado deveu-se à redução do nível de ocupação (eliminação de 27 mil postos de trabalho, ou -2,1%), movimento atenuado pela saída de pessoas da força de trabalho da região (-17 mil, ou -1,2%).

Entre junho e julho, a taxa de desemprego total registrou relativa estabilidade na Região Metropolitana de São Paulo (de 11,3% para 11,4%), no município de São Paulo (de 10,6% para 10,8%) e nos demais municípios da RMSP, exceto a capital (de 12,1% para 12,2%).

Na Região do ABC, o nível de ocupação reduziu-se em 2,1% e o contingente de ocupados foi estimado em 1.234 mil pessoas. Segundo os principais setores de atividade econômica analisados, o nível de ocupação diminuiu nos Serviços (-4,7%, com a eliminação de 31 mil postos de trabalho), manteve-se relativamente estável na Indústria de Transformação (0,3%, ou 1 mil) – com redução no segmento da metal-mecânica (-3,8%, ou -6 mil) – e não se alterou no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas.

Segundo posição na ocupação, o número de assalariados diminuiu 2,3%. No setor privado reduziram-se os empregos com e sem carteira de trabalho assinada (-1,4% e -1,1%, respectivamente). No mês em análise, o contingente de autônomos pouco variou (-0,5%).

Em julho, permaneceu estável a média de horas semanais trabalhadas pelos ocupados (40 horas) e diminuiu a dos assalariados (de 41 para 40 horas). A proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais reduziu-se entre os ocupados (de 25,4% para 23,3%) e assalariados (de 23,0% para 20,7%).

Entre maio e junho, retraíram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-6,0%) e assalariados (-3,2%), os quais passaram a equivaler a R$ 1.952 e R$ 1.928, respectivamente. Também diminuíram as massas de rendimentos de ocupados (-7,3%) e assalariados (-4,6%), em ambos os casos, devido às reduções do nível de ocupação e, principalmente, do rendimento médio.

COMPORTAMENTO EM 12 MESES

Em julho de 2014, a taxa de desemprego total na Região do ABC (10,6%) foi inferior à observada no mesmo mês de 2013 (12,1%). Nesse período, a taxa de desemprego aberto reduziu-se de 10,0% para 9,1%.

Em termos absolutos, o contingente de desempregados diminuiu em 20 mil pessoas, uma vez que a geração de ocupações (29 mil) superou o número de pessoas que passaram a fazer parte da força de trabalho da região (9 mil). A taxa de participação (60,6%) não se alterou no período analisado.

Entre julho de 2013 e de 2014, o nível de ocupação cresceu 2,4%. Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu de aumento nos Serviços (6,4%, ou geração de 38 mil postos de trabalho), que mais que compensou as reduções na Indústria de Transformação (-3,1%, ou eliminação de 10 mil postos de trabalho) – com destaque para o segmento da metal-mecânica (-10,1%, ou -17 mil) – e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-5,6%, ou -12 mil).

‘’Mesmo a economia não estando tão pujante como no ano passado, o que observamos é que o nível de ocupação vem se mantendo positivo desde o segundo semestre do ano passado até os dias atuais’’, ponderou o assessor técnico do Dieese, Thomaz Jensen.

O assalariamento pouco variou nos últimos 12 meses (0,2%). No setor privado, cresceu o número de empregados com carteira de trabalho assinada (2,8%) e contraiu-se o daqueles sem carteira (-7,3%). No período em análise, o contingente de autônomos elevou-se em 10,7%.

Entre junho de 2013 e de 2014, reduziram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-2,0%) e assalariados (-8,2%). Aumentou a massa de rendimento real dos ocupados (1,6%), devido ao crescimento do nível de ocupação, que mais que compensou a redução do rendimento médio real. Já a massa de salários diminuiu 7,1%, em função da retração dos salários médios reais, uma vez que o nível de emprego pouco variou. 

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