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Administração - Quarta-feira, 30 de Julho de 2014

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Taxa de desemprego no ABC em junho é a menor desde 1998

PED ABC aponta o melhor resultado de toda a Região Metropolitana


Taxa de desemprego no ABC em junho é a menor desde 1998

Uma expressiva redução do desemprego no ABC em um período em que normalmente a taxa cresceria ou se manteria estável. Essa foi a “boa notícia” apresentada durante a divulgação da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED/ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC. A taxa de desemprego total na região  diminuiu pelo segundo mês consecutivo, ao passar de 10,2%, em maio, para os atuais 9,7%, a menor taxa para junho desde o início da série da pesquisa, em abril de 1998. Em maio, a taxa havia registrado redução ainda maior, de um ponto percentual, na comparação com a taxa de abril, de 11,2%.

“Em toda a Região Metropolitana é o melhor resultado. O ABC ter alcançado isso é um feito”, disse o técnico da Fundação Seade e coordenador da PED, Alexandre Loloian. Segundo ele, entre maio e junho, a taxa de desemprego total registrou relativa estabilidade na Região Metropolitana de São Paulo (de 11,4% para 11,3%) e no município de São Paulo (de 10,8% para 10,6%) e permaneceu estável nos demais municípios da RMSP, exceto a capital (12,1%).

O contingente de desempregados na região foi estimado em 136 mil pessoas, 9 mil a menos em relação ao mês anterior. Este resultado deveu-se à redução da força de trabalho da região, (saída de 27 mil pessoas), em número superior ao da retração do nível de ocupação (eliminação de 18 mil postos de trabalho).

Entre as explicações para o comportamento do mercado pode estar a taxa de participação de jovens de 16 a 24 anos, atualmente em 26% do total de ocupados na região. “Há uma postergação da entrada dessa faixa no mercado de trabalho por conta da percepção das famílias de que jovens devem se preparar melhor, além de uma maior oferta de cursos para esse público”, analisa Loloian.

Na Região do ABC, o nível de ocupação reduziu-se em 1,4% e o contingente de ocupados foi estimado em 1.261 mil pessoas. Segundo os principais setores de atividade econômica analisados, o nível de ocupação diminuiu nos Serviços (-2,5%, ou eliminação de 17 mil postos de trabalho) e na Indústria de Transformação (-2,8%, ou -9 mil) – em especial no segmento metal-mecânica (-7,1%, ou -12 mil) – e cresceu no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (3,0%, ou geração de 6 mil postos de trabalho.

Segundo posição na ocupação, o número de assalariados diminuiu 1,4%. No setor privado reduziu-se o emprego com e sem carteira de trabalho assinada (-1,1%, em ambos os casos). No mês em análise, o contingente de autônomos aumentou 6,5%.

Em junho, permaneceu estável a média de horas semanais trabalhadas pelos ocupados (40 horas) e aumentou a dos assalariados (de 40 para 41 horas). A proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais reduziu-se entre os ocupados (de 26,5% para 25,4%) e pouco variou entre os assalariados (de 22,7% para 23,0%).

Entre abril e maio, retraíram-se ligeiramente os rendimentos médios reais de ocupados (-0,5%) e assalariados (-2,3%), os quais passaram a equivaler a R$ 2.076 e R$ 1.992, respectivamente. Aumentou a massa de rendimentos dos ocupados (0,8%), em função do crescimento do nível de ocupação, que mais que compensou a redução dos rendimentos médios, e diminuiu a dos assalariados (-2,0%), como decorrência da contratação do salário médio real e da relativa estabilidade do nível de emprego.

Comportamento em 12 meses

Em junho de 2014, a taxa de desemprego total na Região do ABC (9,7%) foi inferior à observada no mesmo mês de 2013 (10,9%). Nesse período, a taxa de desemprego aberto reduziu-se de 8,8% para 8,0%.

Em termos absolutos, o contingente de desempregados diminuiu em 14 mil pessoas, uma vez que a geração de ocupações (36 mil) superou o número de ingressantes na força de trabalho da região (22 mil). A taxa de participação elevou-se, ao passar de 60,8% para 61,4%, no período analisado.

Entre junho de 2013 e de 2014, o nível de ocupação cresceu 2,9%. Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu de aumentos nos Serviços (6,1%, ou geração de 38 mil postos de trabalho) e na Indústria de Transformação (1,7%, ou 5 mil) – com desempenho negativo do segmento da metal-mecânica (-9,2%, ou -16 mil) - , que mais que compensaram a retração do Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-6,4%, ou eliminação de 14 mil postos de trabalho).

O assalariado pouco variou nos últimos 12 meses (0,3%). No setor privado, cresceu o número de empregados com carteira de trabalho assinada (1.6%) e contraiu-se o daqueles sem carteira (-9,1%). No período em análise, o contingente de autônomos elevou-se em 12,6%.

Entre maio de 2013 e de 2014, o rendimento médio real dos ocupados registrou pequena variação negativa (-0,4%) e o dos assalariados reduziu-se em 8,6%. Aumentou a massa de rendimentos reais dos ocupados (1,8%), devido, principalmente, ao crescimento do nível de ocupação. Já a massa de salários diminuiu 6,5%, em função da retração dos salários médios reais, uma vez que o nível de emprego ampliou-se.

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