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Administração - Quarta-feira, 28 de Agosto de 2013

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Setor de Serviços perde vagas e aumenta a taxa de desemprego no ABC

Para técnico do Dieese, queda do número de ocupados no segmento pode ser devido a ajustes


Setor de Serviços perde vagas e aumenta a taxa de desemprego no ABC

A taxa de desemprego no ABC aumentou no mês de julho, passando de 10,9%, em junho, para os atuais 12,1%. O setor de Serviços foi o principal responsável por esse resultado negativo, registrando queda de 31 mil postos de trabalho, enquanto na Indústria de Transformação foram criadas 16 mil vagas. As informações foram divulgadas hoje (28), durante a divulgação da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED/ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC.

“É possível que estejamos em um período de ajustes no setor de Serviços, após uma grande alta registrada nos últimos meses”, analisou o técnico do Dieese, Thomaz Ferreira Jensen, durante a apresentação da PED. Segundo ele, pode-se chegar a esse indicativo ao analisar o movimento de recuperação da Indústria. “Depois de um primeiro semestre de tendência de queda, a partir de junho tem-se uma retomada e agora temos 319 mil pessoas na Indústria de Transformação, praticamente o mesmo resultado de 2012”, analisa.

Para o técnico, não é possível prever o que acontecerá nos próximos meses, mas ele não descarta mudanças no quadro. “Se for de fato um ajuste, pode até ocorrer uma elevação dos ocupados em Serviços daqui pra frente”, disse Thomaz Jensen.

O contingente de desempregados na região foi estimado em 166 mil pessoas, 16 mil a mais do que no mês anterior. Esse resultado decorreu da redução do nível de ocupação (eliminação de 20 mil postos de trabalho) e da relativa estabilidade da força de trabalho da região (menos 4 mil pessoas, ou -0,3%).

O nível de ocupação no ABC diminuiu 1,6% e o contingente de ocupados foi estimado em 1.205 mil pessoas. Detalhando os principais setores de atividade econômica, a ocupação reduziu-se nos Serviços (-5,0%, ou a eliminação dos 31 mil postos de trabalho) e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-0,9%, ou -2 mil), aumentou na Indústria de Transformação (5,3%, ou criação de 16 mil postos de trabalho).

Segundo posição na ocupação, o número de assalariados diminuiu 2,2%. No setor privado, retraíram-se os empregos com e sem carteira de trabalho assinada (-2,5% e -3,0%, respectivamente). No mês em análise, o contingente de autônomos cresceu em 1,1%.

Em relação ao mês anterior, não variou a média de horas semanais trabalhadas pelos ocupados (41) e assalariados (42) e manteve-se praticamente estável a proporção dos que trabalharam mais do que 44 horas semanais entre os ocupados (de 30,6% para 30,4%) e os assalariados (de 28,5% para 29,0%).

Entre maio e junho, reduziram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-4,5%) e assalariados (-3,7%), os quais passaram a equivaler a R$ 1.875 e R$ 1.977, respectivamente. Também diminuíram as massas de rendimentos de ocupados (-7,2%) e assalariados (-4,0%), em decorrência, no primeiro caso, de reduções do rendimento médio e do nível de ocupação e, no segundo, principalmente, do decréscimo do salário médio real.

COMPORTAMENTO EM 12 MESES

Em julho de 2013, a taxa de desemprego total na Região do ABC (12,1%) foi superior à observada no mesmo mês de 2012 (10,8%). Nesse período, a taxa de desemprego aberto elevou-se de 9,1% para 10,0%. A taxa de julho de 2013 é igual a do mesmo mês de 2010.

Em termos absolutos, o aumento do contingente de desempregados em 17 mil pessoas foi resultado da redução do nível de ocupação (eliminação de 21 mil postos de trabalho) e da relativa estabilidade da força de trabalho da região (menos 4 mil pessoas, ou -0,3%). A taxa de participação diminuiu de 61,2% para 60,6%, no período analisado.

Entre julho de 2012 e de 2013, o nível de ocupação reduziu-se em 1,7%, desempenho inferior ao do mês anterior, nessa base de comparação. Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu da retração do contingente de ocupados nos Serviços (-4,5%, ou a eliminação de 28 mil postos de trabalho) e, em menor proporção, na Indústria de Transformação (-0,6%, ou -2 mil), não compensada pelo crescimento no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (5,4%, ou criação de 11 mil postos de trabalho).

O assalariamento total aumentou 1,7% na comparação dos últimos 12 meses. No setor privado, elevou-se o número de empregados com carteira de trabalho assinada (4,9%) e retraiu-se o daqueles sem carteira (-11,1%). No período em análise, diminuiu o número de autônomos (-4,8%).

Entre junho de 2012 e de 2013, reduziu-se o rendimento médio real dos ocupados (-1,9%) e elevou-se o dos assalariados (2,0%). Diminuiu, também, a massa de rendimento real dos ocupados (-1,9%), em decorrência de reduções do nível de ocupação e dos rendimentos reais, e aumentou a dos assalariados (6,8%), como resultado do crescimento do nível de emprego e do salário médio real.

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