O encontro entre os prefeitos da região e o Secretário Estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, realizado hoje (2) na sede do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, teve como primeiro resultado concreto o anúncio de liberação de recursos estaduais para o Pronto Socorro do Hospital Radamés Nardini, em Mauá.  “Vamos fazer a readequação e ajudar no custeio do Pronto Socorro do Hospital Nardini. Estamos nas discussões finais, mas o valor do investimento no PS foi estabelecido em R$ 6 milhões e ainda em maio devemos ter tudo definido”, adiantou Cerri logo após a reunião.

Durante o encontro, que contou também com a participação do secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita, e dos secretários municipais de Saúde das sete cidades, Giovanni Cerri ouviu um balanço das prioridades regionais apresentadas ao governo estadual desde 2011 e a agenda prioritária para 2013/2014. Entre os pleitos, elencados pelo Grupo de Trabalho Saúde do Consórcio, estavam a liberação de recursos para o Hospital Nardini, para a conclusão do HC de São Bernardo do Campo e para a implantação do Hospital de Ribeirão Pires.

Entre as prioridades também foi solicitada agilização no repasse estadual de R$ 20,4 milhões já liberados pelo Ministério da Saúde para o Projeto de Formação e Melhoria da Qualidade de Rede de Atenção à Saúde (QualiSUS), com prazo para execução em maio de 2014. O aumento dos repasses para consultas especializadas e exames, nos hospitais Mário Covas e Serraria e nos AMEs Santo André e Mauá, para reduzir filas, também foi reivindicado, bem como a implantação de um hospital regional de retaguarda com leitos de longa permanência para pacientes crônicos e a descentralização na distribuição de medicamentos nas farmácias sob gestão do Estado.

“Temos muito mais convergências do que divergências. Queremos fazer um esforço comum com as prefeituras para melhorar o acesso da região à Saúde”, disse Giovanni Cerri. O secretário prometeu estudos para o reforço de financiamento para hospitais da região e também para o reajuste das consultas e ofertas de serviços de exames de imagem e laboratoriais. “Nós queremos ter uma resposta nos próximos 60 dias para estabelecer um cronograma de implantação”, previu.

Para o presidente do Consórcio e prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, a avaliação do encontro foi bastante positiva. “Mesmo que as respostas não estejam chegando como gostaríamos, este é um processo que estamos construindo tanto com o governo federal como com o governo do Estado. Temos agenda com vários secretários para construir a vinda do governador à região. Evidente que secretários não estão nos dando todas as respostas. Seguramente algumas dessas respostas serão organizadas para serem dadas pelo governador”, analisou Marinho.

Na próxima segunda-feira, dia 6, a assembléia mensal de prefeitos no Consórcio contará com a presença do secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. A retomada da Agenda Metropolitana com o Governo Estadual já produziu encontros com os secretários de Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita, de Meio Ambiente, Bruno Covas, além de uma conversa inicial com o secretário Jurandir Fernandes.

Retaguarda

O secretário estadual de Saúde anunciou também a implantação de um hospital de retaguarda para atendimento da região metropolitana. “Já identificamos um hospital de Cotia e estamos buscando sua compra e desapropriação para instalar um hospital de retaguarda que atenderá bem o ABC, pelo fácil acesso através do Rodoanel”, destacou Giovanni Cerri. Para o prefeito Luiz Marinho a reivindicação da região é por “leitos de retaguarda”, que podem estar na região ou fora dela. “Se de fato houver um hospital em Cotia que forneça os leitos de internação de longa duração que a região necessita, estará de bom tamanho”, afirmou.

Nos próximos 15 dias deve ser agendada uma nova visita do secretário de Saúde às obras do Hospital de Clínicas de São Bernardo do Campo, para o qual a agenda prioritária entregue pelo Consórcio solicitou apoio financeiro de R$ 23 milhões. O governo do Estado já liberou R$ 20 milhões para a obra, mas Cerri não descartou recursos adicionais. “Estamos retomando as discussões com o prefeito e vamos avaliar como o Estado pode ajudar, pois o hospital será muito importante para a região”, disse.

Na mesma data Giovanni Cerri deve visitar a AME Santo André, local que os prefeitos indicaram como ideal para a instalação do Centro de Referência do Idoso (CRI), inicialmente programado pelo Estado para funcionar no Hospital Mário Covas. “Os prefeitos tem uma opinião, nosso pessoal técnico tem outra. O importante é ajustar”, disse Cerri.

O secretário disse ainda esperar resolver, ainda em maio, outra reivindicação dos municípios, pela implantação do serviço de referência regional de politrauma e neurotrauma no Hospital Estadual Mário Covas. “Para ampliação do politrauma o hospital quer substituir alguns serviços. A verba está liberada, mas questões técnicas ainda não estão definidas”, acrescentou. Outro tema em estudo citado pelo secretário diz respeito ao estabelecimento de valor de referência para pagamento dos profissionais de Saúde, incluindo médicos e equipes de enfermagem, o que evitaria migração de funcionários. “O Estado pode ajudar no mecanismo regulador para algumas especialidades, aumentando a oferta de residência médica para especialidades estratégicas e reduzindo outras”, afirmou.