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Administração - Quarta-feira, 24 de Abril de 2013

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ABC tem a menor taxa de desemprego para março desde 1998

PED destacou também crescimento do rendimento médio real e manutenção da tendência de redução do emprego assalariado sem carteira assinada


ABC tem a menor taxa de desemprego para março desde 1998

A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED/ABC), realizada pela Fundação Seade e Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, apontou a menor taxa de desemprego total para março de toda a série histórica. Embora a taxa tenha se elevado, em movimento típico para o período, passando de 9,5%, em fevereiro, para os atuais 10,1%, este foi o melhor março desde o início da pesquisa, em 1998.

“Esta é uma oscilação esperada para o mês e, mesmo assim, está dentro do menor patamar histórico da série”, analisou Thomaz Ferreira Jensen, economista do Dieese, durante apresentação da PED, na tarde de hoje (24). Para o técnico, o que explica a sazonalidade identificada é o aumento da PEA (População Economicamente Ativa). “Em geral, a partir de março, mais pessoas entram no mercado de trabalho, procurando emprego. O contingente foi maior que a geração de vagas para absorver essas pessoas”, explicou.

Em março, o número de desempregados na região foi estimado em 140 mil pessoas, 10 mil a mais do que no mês anterior. Esse desempenho foi resultado da criação insuficiente de postos de trabalho (9 mil) para absorver o número de pessoas que ingressaram no mercado de trabalho da região (19 mil). A taxa de participação elevou-se de 60,6% para 61,4%.

Entre fevereiro e março, a taxa de desemprego total também aumentou nosdemais domínios geográficos para os quais os indicadores da PED são calculados: de 10,3% para 10,9% na RMSP; de 9,4% para 10,0% no Município de São Paulo; e de 11,6% para 12,2% nos demais municípios da RMSP, exceto a capital.

Na Região do ABC o nível de ocupação cresceu 0,7%, passando a ser estimado em 1.246 mil pessoas. Segundo os principais setores de atividade, o nível de ocupação elevou-se nos Serviços (3,0%, ou a criação de 19 mil postos de trabalho) e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (3,8%, ou 8 mil) e diminuiu na Indústria de Transformação (-4,2%, ou eliminação de 14 mil postos de trabalho).

Na avaliação do economista do Dieese, Thomaz Jensen, a PED de março teve como destaques, também, o crescimento do rendimento médio real e o fato de permanecer a tendência de redução do emprego assalariado sem carteira.

Na passagem de janeiro para fevereiro de 2013, elevaram-se os rendimentos médios reais de ocupados (1,3%) e assalariados (1,8%), que passaram a equivaler a R$ 1.996 e R$ 2.005, respectivamente. Também se expandiram as massas de rendimentos de ocupados (1,9%) e assalariados (1,9%). Tal resultado deveu-se, no caso dos ocupados, ao aumento do rendimento médio e, em menor medida, do nível de ocupação e, no dos assalariados, à elevação do salário médio, uma vez que permaneceu relativamente estável o nível de emprego.

Segundo posição na ocupação, o número de assalariados reduziu-se ligeiramente (-0,6%) no mês em análise. No setor privado, permaneceu em relativa estabilidade o emprego com carteira de trabalho assinada (-0,1%) e retraiu-se o sem carteira (-6,1%). O contingente de autônomos aumentou 5,1%.

Entre fevereiro e março, não houve variação na média de horas semanais trabalhadas por ocupados e assalariados (41 horas) e reduziram-se as proporções dos que trabalharam mais do que 44 horas semanais: de 34,3% para 33,3%, no caso dos ocupados, e de 31,6% para 29,6%, para os assalariados.

 

COMPORTAMENTO EM 12 MESES

Em março de 2013, a taxa de desemprego total na Região do ABC (10,1%) foi inferior à registrada há 12 meses (11,2%). Nessa mesma base de comparação, a taxa de desemprego aberto reduziu-se de 9,2% para 8,2%.

Em termos absolutos, o contingente de desempregados diminuiu em 12 mil pessoas, resultado da geração de 39 mil postos de trabalho (3,2%), número superior ao de pessoas que se incorporaram à força de trabalho da região (27 mil, ou 2,0%). A taxa de participação elevou-se de 60,6% para 61,4%, neste período de 12 meses.

Entre março de 2012 e de 2013, o nível de ocupação cresceu 3,2%, melhor resultado nos últimos 12 meses, nessa base de comparação, juntamente com outubro de 2012. Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu do aumento do contingente de ocupados nos Serviços(5,6%, ou criação de 34 mil postos de trabalho), na Indústria de Transformação (2,3%, ou 7 mil) e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (1,9%, ou 4 mil).

O assalariamento total ampliou-se 4,9% na comparação de 12 meses. No setor privado, aumentou o número de empregados com carteira de trabalho assinada (9,0%) e retraíram-se o daqueles sem carteira (-17,0%) e de autônomos (-10,3%).

Entre fevereiro de 2012 e de 2013, cresceram os rendimentos médios reais de ocupados (8,4%) e assalariados (4,2%). Também se expandiram as massas de rendimentos de ocupados (10,7%) e assalariados (12,8%). No caso dos ocupados, em decorrência do aumento do rendimento médio real e, em menor medida, do nível de ocupação e, no dos assalariados, pela elevação do salário médio real e do nível de emprego.

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