Equipes técnicas das sete cidades discutiram, nesta terça-feira (18), o papel dos municípios na gestão de riscos e participaram de uma oficina prática de aplicação de ferramentas de planejamento para prevenção de desastres naturais. As atividades ocorreram durante o Seminário Responsabilidade Municipal na Gestão de Riscos, realizado no Consórcio Intermunicipal Grande ABC.

Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) Gestão de Riscos da entidade regional e pela Universidade Federal do ABC (UFABC), o evento teve como destaque a análise das cartas geotécnicas de aptidão à urbanização. O instrumento consiste em um mapeamento que identifica as áreas mais seguras para o crescimento das cidades, por meio da classificação das regiões ainda não ocupadas.

Para o coordenador do GT Gestão de Riscos, Luiz Antonio Neves Costa, as cartas geotécnicas são essenciais para dar aos municípios diretrizes voltadas para a prevenção dos desastres naturais, como deslizamentos de encostas e enxurradas.

“Estes produtos são fundamentais não só para enfrentar os problemas gerados pelo uso e ocupação do solo, mas também para que possamos ter conhecimento das áreas com menor ou maior potencial para a ocupação urbana. Com as cartas nas mãos, os sete municípios têm condições para realizar ações de planejamento urbano”, afirmou Costa.

As cartas geotécnicas estão previstas na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) e fazem parte do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, ressaltou o professor de Planejamento Urbano da UFABC, Ricardo de Sousa Moretti. O Ministério das Cidades, em parceria com diferentes universidades federais, desenvolve os métodos para elaboração dos documentos e execução do mapeamento nos municípios.

“O levantamento detalhado realizado pelas cartas tem como objetivo orientar novos projetos de urbanização, indicando onde e como pode ocorrer a ocupação do solo, de forma a prevenir a ocorrência de desastres naturais”, explicou Moretti.  

O secretário executivo do Consórcio, Fabio Palacio, afirmou que a capacitação das equipes que já atuam na área de Gestão de Riscos das sete cidades contribui para a maior eficácia das ações conjuntas. “As atividades técnicas aprimoram a atuação destes profissionais no processo de gestão dos riscos e na gestão dos desastres. O seminário possibilitou ainda na troca de experiências e no compartilhamento de conhecimento”, disse.