O Programa Casa Abrigo Regional promoveu, na segunda-feira (19), uma capacitação sobre questões de gênero e masculinidades para as mulheres atendidas pelo serviço. Mantida pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC, a iniciativa oferece moradia protegida e atendimento integral a mulheres em risco iminente de morte em razão da violência doméstica.

O encontro debateu temas como a construção sócio histórica da masculinidade, diversidade sexual e desigualdade nas estruturas sociais. A capacitação foi organizada em conjunto pelo Grupo Temático Gênero e Masculinidades da entidade regional e pelo Conselho Gestor da Casa Abrigo.

O coordenador do Grupo Temático, Reginaldo Bombini, apresentou as diferentes formas de vivência e expressão da sexualidade, ressaltando a importância da sensibilização e do respeito. “A educação de gênero possibilita que percebamos as desigualdades existentes e construídas em nossa sociedade e que busquemos a igualdade nos direitos e nas relações entre homens e mulheres”, afirmou.

Especialista em Segurança Pública, Cidadania e Direitos Humanos, Bombini atua no Serviço de Mediação de Conflitos da Secretaria de Defesa Social da Prefeitura de Diadema.

Ao final da capacitação, as mulheres atendidas ponderaram que chegaram ao programa muito debilitadas física e psicologicamente, mas puderam contar com um suporte para se fortalecerem e seguirem suas vidas longe da violência. Sobre o enfrentamento a essa situação, afirmaram que a legislação precisa ser mais efetiva quanto à responsabilização do agressor. Também ressaltaram que as iniciativas promovidas pelo Consórcio são fundamentais para transformar essa realidade, citando a reflexão sobre os direitos das mulheres e o trabalho para a educação sociocultural realizado com os autores de violência.

Serviço de caráter sigiloso e temporário, a Casa Abrigo atende mulheres das sete cidades em situação de violência doméstica ou familiar, juntamente com seus filhos menores de 18 anos. Desde sua criação, em 2003, por iniciativa do Grupo de Trabalho Gênero, o programa já recebeu cerca de 700 mulheres e 1.200 crianças e adolescentes. Em 2015, recebeu a Medalha Ruth Cardoso em reconhecimento à luta pelos direitos da mulher.