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Pesquisadora da Universidade Federal do ABC abordou casos de violência sexual, que ocorrem principalmente contra mulheres e meninas
Aprender a diferenciar carinho de um toque indevido no próprio corpo é importante para combater o abuso de crianças e adolescentes. Por isso, a educação sexual, nas escolas e em casa, deve ser tratada de forma natural. Tais informações foram apresentadas no seminário “Violência sexual contra mulheres e meninas: desconstruindo tabus”, realizado nesta segunda-feira (21/10) no Consórcio Intermunicipal Grande ABC.
A pesquisadora Roberta Moya Oliveira, doutoranda em Ciências Humanas e Sociais na Universidade Federal do ABC (UFABC), afirmou que é fundamental esclarecer sobre comportamentos abusivos por parte de um adulto ou mesmo crianças mais velhas.
“A educação sexual é orientar sobre o corpo da criança e do adolescente, para que eles saibam nomear suas partes íntimas e saber que ninguém pode tocá-las. Também é preciso mostrar que, se alguém tocar em seu corpo ou falar algo que o deixe desconfortável, ele pode contar isso sem medo para um adulto de confiança”, explicou Roberta.
Durante a palestra, a pesquisadora apresentou as definições de violência sexual e dados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado neste ano. O relatório aponta mais de 66 mil ocorrências do tipo em 2018, o maior número já registrado. Conforme dados parciais, acrescentou Roberta, este ano os registros devem superar o anterior.
Segundo o mesmo documento, as principais vítimas de abusos são do sexo feminino (81,8%), na faixa etária de 13 anos (53,8%) e negras (50,9%). Em relação aos autores de estupro, 96,3% são do sexo masculino e, considerando o total dos casos, 75,9% são conhecidos, ou seja, faziam parte do círculo social da vítima.
Roberta Oliveira afirmou que a subnotificação de casos é um problema. “Somente 7,5% das vítimas de violência sexual registram queixa na polícia. Entre os motivos para isso, estão a banalização da violência sexual, falta de apoio familiar, e atendimento inadequado nas redes de proteção e denúncia”, disse a pesquisadora.
O seminário contou com organização do Grupo de Trabalho (GT) Gênero do Consórcio ABC. “Estamos diante de um aumento dos casos de feminicídio e também um sucateamento de políticas públicas neste setor. Por isso, temos de trocar ideias, chamar a atenção e esclarecer a sociedade sobre a questão da violência sexual”, afirmou a coordenadora do GT Gênero do Consórcio ABC, Maria Aparecida da Silva.