O Consórcio Intermunicipal Grande ABC recebeu, nesta terça-feira (9/5), uma comitiva do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para debater o futuro da Indústria na região. O encontro também definiu os temas que estarão presentes no acordo de cooperação técnica entre o Banco e a Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC.

Para o encontro, foram convidados representantes do poder público e privado na região, que dialogaram sobre o acordo e as prioridades do Grande ABC, incluindo promoção do acesso às linhas de financiamento do BNDES, fomento da economia solidária, parcerias público-privadas (PPPs), digitalização da indústria e ações de qualificação profissional, entre outros temas.

O secretário-executivo do Consórcio ABC, Mário Reali, detalhou o potencial da iniciativa, principalmente no desenvolvimento social. “Essa trincheira avançada da economia na região, que funcionará na articulação das mais diversas camadas, buscará melhorar a vida das pessoas, com empregos e oportunidades. Seremos parceiros desses programas de fomento e crédito, que é o que o povo precisa para investir”, destacou.

O diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do Banco, Nelson Barbosa, afirmou que a prioridade é pelo diálogo. “A principal mensagem é: O BNDES está saindo da Torre de Marfim, do isolamento, para cumprir a sua função, desenvolvimento econômico social para todo o Brasil, através do diálogo, pois é ouvindo que a gente identifica as oportunidades”, disse o diretor.

O presidente da Agência de Desenvolvimento, Aroaldo da Silva, ressaltou a importância da instituição financeira no Brasil e falou da reaproximação com a região. “O BNDES, historicamente, esteve à frente de projetos importantes para o desenvolvimento do país, além de ser um formulador de diversas políticas, gerando ganho de produtividade, competitividade, entre muitos outros pontos. Acredito que essa reaproximação mostra a importância do ABC para o planejamento econômico do Brasil”, afirmou.

O encontro também contou com uma apresentação do cenário socioeconômico da região, feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A principal preocupação é o processo de desindustrialização e a falta de uma política industrial para garantir uma transição justa que preserve os postos de trabalho. A expectativa é que o acordo auxilie nessa questão, gerando crédito, investimentos e renda.

“A gente vem assistindo um processo de perda dos postos de trabalho. Com a desindustrialização, identifica-se também uma diminuição nos investimentos na região, gerando um impacto para todo Brasil. De 2010 até 2022, foram 85,5 mil empregos perdidos na Indústria no Grande ABC, nesse sentido, hoje somos um terço menor”, detalhou o analista do DIEESE na Subseção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Warley Soares.

O próximo passo para o Acordo será o planejamento de cada ponto elencado na reunião, para que, posteriormente, seja formalizado com a assinatura do presidente da Agência de Desenvolvimento, Aroaldo da Silva, e do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, iniciando os trabalhos pactuados.

(Com informações da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC)