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Entidade propõe governança intermunicipal pioneira e voltada ao desenvolvimento integrado do Grande ABC
A criação do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, em 19 de dezembro de 1990, marcou o início de uma nova etapa na história política e institucional da região. Em um período de intensas transformações econômicas e sociais, as sete cidades — Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra — decidiram unir forças para enfrentar desafios comuns e buscar soluções conjuntas para o desenvolvimento local e regional.
Idealizado pelo então prefeito de Santo André, Celso Daniel (1951-2002), o Consórcio ABC nasceu inspirado em experiências internacionais de gestão metropolitana e foi pioneiro no país ao estabelecer uma instância permanente de cooperação intermunicipal. A proposta surgiu de um movimento político e técnico que enxergava no diálogo regional o caminho mais eficaz para enfrentar problemas compartilhados e planejar o futuro de forma integrada.
Nos primeiros anos, o Consórcio ABC funcionou como associação civil, reunindo prefeitos e equipes técnicas em torno de uma agenda comum. Mesmo sem o respaldo jurídico de um consórcio público, inexistente na legislação da época, a entidade construiu um modelo inovador de governança regional, capaz de articular ações conjuntas e representar a região em negociações com os governos estadual e federal.
Durante essa fase inicial, a entidade concentrou esforços na estruturação administrativa e política da entidade e na construção de políticas compartilhadas em áreas como saneamento, transporte, meio ambiente, saúde e desenvolvimento econômico. Com o tempo, tornou-se um importante espaço de articulação entre o poder público, universidades, sindicatos e o setor produtivo.
A década de 1990 foi marcada também pela reestruturação industrial do Grande ABC, que enfrentava os efeitos da globalização e das mudanças nas cadeias produtivas, especialmente no setor automobilístico. Nesse contexto, o Consórcio ABC teve papel estratégico na busca de alternativas para diversificar a economia regional, reduzir o desemprego e fortalecer a infraestrutura urbana.
Em 1996, foi criada a Câmara Regional do Grande ABC, um marco histórico na articulação entre poder público e sociedade civil. Coordenada pelo Consórcio ABC e pelo Governo do Estado de São Paulo, com ampla participação de representantes municipais, estaduais, empresariais, sindicais e comunitários, a Câmara tornou-se um espaço de debate democrático e de planejamento participativo, promovendo discussões sobre mobilidade, emprego, segurança, habitação e sustentabilidade.
Esse fórum pioneiro consolidou a visão do Grande ABC como território interdependente, reforçando a importância da cooperação regional e da atuação integrada entre os sete municípios. As discussões da Câmara Regional serviram de base para políticas públicas inovadoras e fortaleceram a identidade regional do ABC paulista.
Fortalecimento institucional e visão de futuro
Ainda na década de 1990, a entidade ampliou sua capacidade técnica e institucional. Foram criados grupos de trabalho e comissões permanentes, que permitiram maior integração entre as secretarias municipais e a elaboração de planos regionais de médio e longo prazo. Esse processo abriu caminho para políticas públicas compartilhadas, voltadas à modernização dos serviços públicos e à valorização da gestão consorciada.
Ao final de sua primeira década, o órgão já se firmava como uma experiência única no país. Sua atuação articulada, baseada no diálogo e na cooperação, estabeleceu bases sólidas para a consolidação de um modelo de governança regional democrática e participativa, que serviria de referência para outras regiões metropolitanas do Brasil.
Com 35 anos de história, o Consórcio Intermunicipal Grande ABC mantém vivo o legado daqueles primeiros anos: a convicção de que a cooperação é o caminho mais eficiente para enfrentar desafios metropolitanos e promover o desenvolvimento sustentável da região. A experiência pioneira dos anos 1990 segue inspirando a construção de políticas públicas conjuntas e reafirma o papel do Consórcio ABC como referência nacional em gestão intermunicipal.