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Cetesb cobra plano de contingência para transposição do Rio Pequeno

Técnicos da companhia fazem apresentação no Consórcio; Subcomitê Billings-Tamanduateí cobrará ausência da Sabesp


Cetesb cobra plano de contingência para transposição do Rio Pequeno

A preocupação quanto a um possível impacto ambiental na qualidade da água do Rio Pequeno, braço limpo da Represa Billings, que irá bombear água para que o Sistema Rio Grande possa abastecer o Reservatório Taiaçupeba, foi debatida com técnicos da CETESB, em reunião do Subcomitê Billings-Tamanduateí, na última terça-feira (6), na sede do Consórcio Intermunicipal Grande ABC. A Sabesp não compareceu ao encontro.

A companhia ambiental, que desde a década de 1970 possui pontos de observação em atividade na bacia, apresentou dados relativos ao ‘’Monitoramento da Qualidade das Águas do Reservatório Billings’’, atendendo, assim, ao pedido de esclarecimento dos membros do Subcomitê regional sobre a viabilidade das obras da Sabesp na represa.

Os técnicos da CETESB destacaram a importância do manancial para abastecimento da região metropolitana. ‘’A Sabesp vem planejando intervenções temporárias na Billings até que o Plano de Contingência seja aplicado. Há tratativas para fazer transposição do braço Rio Pequeno para o Rio Grande, que por sua vez, irá alimentar o (Sistema) Alto Tietê’’, disse José Eduardo Bevilacqua, Assistente Executivo da Diretoria de Avaliação de Impacto Ambiental da CETESB. Segundo Bevilacqua, o Plano de Contingência vem sendo cobrado da Sabesp para o remanejamento hídrico.

Os técnicos defendem que as intervenções não terão impacto na qualidade da água do reservatório por se tratarem de obras temporárias. Nelson Menegon, gerente da Divisão de Qualidade das Águas e do Solo da CETESB, citou o fenômeno de autodepuração natural da água da represa. ‘’Segundo o relatório, conforme a água vai percorrendo a extensão da Billings, mais limpa fica. O trecho de onde será feita a adução possui esta característica’’, assegurou.

Segundo o Índice de Qualidade da Água (IQA), que avalia a qualidade da água para o consumo humano e recreação de contato primário, das cinco estações de monitoramento da CETESB, três estão em condições ‘’Boa’’ ou ‘’Ótima’’ e duas estão classificadas como ‘’Regular’’. Nelson Menegon descreve o dado como satisfatório. ‘’O IQA é medido com base em 9 parâmetros como: matéria orgânica, oxigênio dissolvido e pH. Isso significa que quanto mais pura a água for, menor o custo para o seu tratamento’’, sintetizou.

O mesmo não pode ser dito sobre o IVA, ou Índice de Qualidade das Águas para Proteção da Vida Aquática, referente à condição mínima do manancial em propagar a preservação da fauna e flora. Quatro das cinco estações estão em estado ‘’ruim’’, enquanto a restante se encontra em estado ‘’péssimo’’, ou seja, possuem agentes químicos tóxicos que impossibilitam o seu uso para manutenção da natureza. Nelson fala em ‘’toxidade crônica’’, atribuída à propagação de algas em certos pontos do reservatório. ‘’A proliferação de cianobactérias se intensificou em 2014, muito devido à falta de chuva’’, argumentou ao revelar que no ano passado choveu 383 mm a menos que a média história de 1.438 mm anuais, entre 1995 a 2013 no Estado de São Paulo.

Ausência

O coordenador geral do Subcomitê, Sérgio Matias do Prado (Rio Grande da Serra), se mostrou satisfeito em relação aos esclarecimentos técnicos da CETESB, mas apontou lacunas que ainda devem ser esclarecidas. “Este encontro foi positivo. A preocupação quanto ao impacto do bombeamento do Rio Pinheiros e transposição de água do (sistema) Rio Grande para Taiaçupeba na qualidade da água foi amenizada após a apresentação de técnicos competentes enviados pela CETESB. Atitude diferente da apresentada pela Sabesp, que não compareceu, tampouco justificou a ausência”, argumentou.

O subcomitê irá enviar ofício à presidência da Sabesp para que a companhia de saneamento possa responder “o porquê de sua ausência”, além de criar nova agenda para que a estatal apresente os planos para “Aproveitamento do Reservatório Billings como parte da estratégia para equacionamento da segurança hídrica do abastecimento da RMSP”.

Durante o encontro do Subcomitê Billings-Tamanduateí houve, ainda, a formação da nova coordenação do grupo para o biênio 2015-2017, cargo exercido, até então, por Sérgio Matias do Prado, que fez análise positiva sobre os avanços da atual gestão. ‘’Nos esforçamos para fazer com que o subcomitê  fosse mais participativo e deliberativo’’, destacou. O novo coordenador eleito é Temístocles Cardoso Cristofaro, representando a prefeitura de Mauá.

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