A taxa de desemprego total no ABC permaneceu estável, em 10,3%, na passagem de outubro para novembro. Embora a maior contribuição negativa tenha sido verificada na Indústria de Transformação, o setor Metal-Mecânico, estratégico para a região, continua com lenta e persistente elevação desde o mês de julho. As informações foram divulgadas hoje (18) durante apresentação da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC.
“O comportamento da Metal-Mecânica chama a atenção porque é um setor com extensa cadeia produtiva”, analisou o assessor técnico do Dieese, Thomaz Ferreira Jensen, responsável pela apresentação dos dados da PED. Em novembro, o segmento registrou novo crescimento de 1,2%, com geração de dois mil postos de trabalho.
O contingente de desempregados na região foi estimado em 146 mil pessoas, o mesmo do mês anterior. Este resultado deveu-se à relativa estabilidade do nível de ocupação (geração de 2 mil postos de trabalho, ou 0,2%) e da força de trabalho da região (2 mil pessoas a mais, ou 0,1%).
Entre outubro e novembro, a taxa de desemprego total apresentou pequeno decréscimo na Região Metropolitana de São Paulo (de 10,1% para 9,8%), reduziu-se nos demais municípios da RMSP, exceto a capital (de 10,8% para 10,1%) e permaneceu estável (9,6%) no município de São Paulo. Na Região do ABC, o contingente de ocupados manteve-se em relativa estabilidade (0,2%), sendo estimado em 1.269 mil pessoas.
Setorialmente, o resultado decorreu de aumentos nos Serviços (1,4%, ou geração de 9 mil postos de trabalho) e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (1,5%, ou 3 mil). A redução na Indústria de Transformação (-1,0%, correspondeu à eliminação de 3 mil postos de trabalho) – embora a metal-mecânica tenha registrado o crescimento citado (1,2%, ou geração de 2 mil postos de trabalho).
Segundo posição na ocupação, o número de assalariados diminuiu 1,2%. No setor privado, reduziu-se o emprego com carteira de trabalho assinada (-1,7%) e elevou-se o sem carteira (5,6%). No mês em análise, o contingente de autônomos aumentou 2,2%.
Em novembro, manteve-se estável a média de horas semanais trabalhadas pelos ocupados e assalariados (42 horas). A proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais diminuiu entre os ocupados (de 32,1% para 30,7%) e os assalariados (de 29,5% para 28,4%).
Entre setembro e outubro, reduziram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-3,8%) e assalariados (-2,8%), que passaram a equivaler a R$ 1.995 e R$ 2.069, respectivamente. Diminuiu a massa de rendimentos dos ocupados (-1,1%) e cresceu a dos assalariados (1,1%), no primeiro caso, devido à redução dos rendimentos médios em maior intensidade do que o crescimento do nível de ocupação, enquanto para os assalariados o aumento do nível de emprego mais do que compensou a redução dos salários médios reais.
COMPORTAMENTO EM 12 MESES
Em novembro de 2014, a taxa de desemprego total na Região do ABC (10,3%) ficou acima da observada no mesmo mês de 2013 (8,7%). Nesse período, a taxa de desemprego aberto cresceu de 7,1% para 8,5%.
Em termos absolutos, o contingente de desempregados aumentou em 24 mil pessoas, como resultado da redução do nível de ocupação (eliminação de 17 mil postos de trabalho, ou -1,3%) e do ligeiro acréscimo da força de trabalho da região (mais 7 mil pessoas, ou 0,5%). A taxa de participação permaneceu em relativa estabilidade, ao passar de 62,1% para 62,0%, no período analisado.
Entre novembro de 2013 e de 2014, o nível de ocupação diminuiu 1,3%, mesma variação do mês anterior, nessa base de comparação. Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu das reduções na Indústria de Transformação (-12,4%, ou eliminação de 44 mil postos de trabalho) e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-5,7%, ou -12 mil), não compensadas pelo crescimento do nível ocupacional nos Serviços (5,8%, ou geração de 37 mil postos de trabalho).
O assalariamento diminuiu 2,9% nos últimos 12 meses. No setor privado, retraíram-se o número de empregados assalariados sem carteira de trabalho assinada (-8,7%) e, em menor medida, o daqueles com carteira (-0,9%). No período em análise, o contingente de autônomos elevou-se em 4,5%.
Entre outubro de 2013 e de 2014, reduziram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-9,7%) e assalariados (-6,1%). Também diminuíram as massas de rendimentos reais de ocupados (-11,0%) e de assalariados (-6,9%), em ambos os casos, em função, principalmente, das reduções dos rendimentos médios reais.
Grande ABC