Seminário Internacional no ABC inicia discussão para nova governança territorial

nte o tema da governança, ampliar o debate com a sociedade civil em toda a sua diversidade e definir a nossa instância participativa para construir uma visão estratégica para essa metrópole”, disse Marinho, durante a mesa de abertura do encontro, realizado no campus São Bernardo do Campo da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Atual presidente do Conselho Metropolitano de São Paulo, Marinho disse ainda que a gestão metropolitana segue como um grande desafio para as políticas públicas. “A presidência do Conselho é um desafio e exige muito trabalho. Queremos apontar estratégias de desenvolvimento de agentes públicos e privados, com olhar especial para o ABC e a Região Metropolitana”, afirmou.

O vice-reitor da UFABC, Dácio Roberto Matheus, classificou a governança regional como um tema prioritário quando se fala em políticas. “A governança é um gargalo das grandes metrópoles. As discussões sobre essa natureza no seminário vão enriquecer o debate regional e dar indicativos para solucionar problemas”, declarou.

Também presente na mesa de abertura do evento, o prefeito de Mauá, Donisete Braga, afirmou que o seminário aponta caminhos para reduzir possíveis deficiências na integração entre os municípios na Grande São Paulo. “A região do ABC, com toda sua potência e conjugação política, pode apresentar uma equação para mudar essa situação”.

A mesa de abertura foi composta ainda pela vice-prefeita de Santo André, Oswana Fameli, pelo secretário executivo da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC, Giovanni Rocco, pela coordenadora do Bacharelado em Planejamento Territorial da UFABC, Carolina Pinho, e pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Temas discutidos

Os debates realizados nesta quarta-feira tiveram a governança e o desenvolvimento como eixos principais das discussões. No painel inicial, Eduardo Marques, pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole do Cebrap, afirmou que até mesmo grandes metrópoles europeias como Londres e Paris enfrentaram, em um período relativamente recente, mais de uma década sem uma estrutura relativamente organizada de gestão metropolitana. “No Brasil, passamos por um momento de oportunidades, mas também temos dilemas. O planejamento e a gestão devem andar juntos, assim como a decisão e a implementação também precisam estar sempre de mãos dadas”, afirmou.

O diretor de Desenvolvimento Regional da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Joaquim Oliveira Martins, ressaltou que a entidade fixou como um de seus desafios a busca por formas de estimular a produtividade. “Existe uma relação negativa entre a fragmentação da produção em uma região ou país e a produtividade no mesmo local. Quanto mais fragmentada a produção, menor é a produtividade e maior é a desigualdade nas cidades e nas regiões”, explicou.

O segundo painel discutiu estratégias de desenvolvimento regionais, com participação da diretora de Desenvolvimento Social da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Laís Abramo, do professor da UFABC e coordenador do Plano Diretor Regional ABC (PDR-ABC), Jeroen Klink, e do cientista político Fernando Abrúcio, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Encerrando o primeiro dia do Seminário Internacional, Luiz Marinho falou sobre a experiência de São Bernardo do Campo e do Consórcio Intermunicipal Grande ABC no contexto da estratégia metropolitana. Também participaram do painel a vice- presidente da Associação Europeia das Agências de Desenvolvimento Regional (Eurada), Roberta Dall'Olio, e a diretora de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fátima Coviello Ferreira.

Próximos debates

Nesta quinta-feira, o Seminário Internacional vai apresentar experiências nacionais em capitais como São Paulo, Recife e Belo Horizonte, assim como exemplos internacionais. O encerramento do evento contará com a presença de Luiz Marinho, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do diretor-presidente da Emplasa, Fernando Chucre, e do diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do IPEA, Marco Aurélio Costa.