Empresas do setor produtivo do ABC participaram, nesta terça-feira (7), do workshop gratuito sobre “Inovação e Promoção da Eficiência Energética na Indústria”, realizado no SENAI Mário Amato, em São Bernardo do Campo. Durante a atividade, profissionais do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP) e especialistas convidados apresentaram dados sobre o potencial e as vantagens da utilização do gás natural como matriz energética.
Na região, o workshop foi direcionado, especialmente, às empresas integrantes dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) de Ferramentaria, Metalmecânico e Plástico. A atividade faz parte das pesquisas do projeto “Usos Inovadores do Gás Natural (GN) – Promoção da Eficiência Energética na Indústria”, que inclui a coleta de dados e informações sobre as características do uso de energia no setor industrial do ABC.
“Temos interesse em saber como as indústrias estão utilizando o gás natural, se estiverem utilizando. A estrutura dos APLs permite que o conhecimento se multiplique”, explicou o professor Edmilson Moutinho dos Santos, do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência de Instalações (ABRINSTAL), entidade responsável pela realização do projeto sobre usos inovadores do gás natural.
O desenvolvimento de usos inovadores permite gerar potencial de crescimento da demanda e de produtividade para a indústria, de acordo com informações apresentadas por Moutinho. O consumo do gás natural no setor industrial pode acarretar na redução do consumo de energia elétrica, em ganhos de eficiência energética e de economia de energia. Além disso, a utilização do gás natural como fonte de energia também tem como vantagem o custo, que pode ser até oito vezes menor em relação ao da energia elétrica.
A experiência da transformação da matriz energética do setor produtivo para gás natural na Colombia foi trazida aos empresários da região no workshop. O professor Juan Carlos Campos Avella, da Universidad del Atlántico, da Colômbia, apresentou tecnologias utilizadas em seu país para o uso do gás natural no setor produtivo, com ganhos significativos para as empresas.
Avella considera possível que o gás natural seja utilizado como principal fonte de energia nas indústrias de São Paulo nos próximos anos. “O preço do gás natural é menor e há grande quantidade (do insumo) disponível. Além disso, o Brasil tem alta cultura industrial e pode facilmente assimilar essas novas tecnologias”, opinou.
O tempo médio para retorno do investimento em tecnologias e mudanças do processo de produção em uma empresa pode variar de menos de um ano até quatro anos.
Potencial
Durante o workshop, o secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Giovanni Rocco, afirmou que a integração do setor produtivo e das áreas de pesquisa acadêmicas é essencial para ampliar o potencial das indústrias da região. “Este é um importante campo de estudo e damos todo o suporte para que as empresas tenham acesso a essas informações e contribuam com o desenvolvimento de soluções que beneficiarão toda a economia, de modo geral”.
O workshop “Inovação e Promoção da Eficiência Energética na Indústria” foi realizado pelo Instituto de Energia e Ambiente (IEE/USP) e Comgas, com apoio do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e da Agência de Desenvolvimento Econômico, com intuito de gerar discussões dentro da temática.
A oficina também contou com parceria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo do Campo, do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) Santo André, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Governo do Estado e da Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência das Instalações (Abrinstal).
(Com informações da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC)
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