Fundação Seade divulga estudo com dados de emprego e mobilidade no ABC

O Projeto Primeira Análise, da Fundação Seade, divulgado nesta semana, aponta redução importante do desemprego e melhoria da qualidade do trabalho na Região Metropolitana de São Paulo, mas com dinâmicas distintas na capacidade de geração de postos de trabalho dependendo da área analisada. O estudo, baseado em dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego, que no ABC é realizada em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, mostra que a sub-região Sudeste (ABC) ampliou a capacidade de manter seus moradores trabalhando nos seus limites territoriais, com redução dos deslocamentos dos trabalhadores para fora de suas regiões, resultado da maior diversidade e dinamismo de suas economias.

Entre 2003 e 2012 o nível de ocupação cresceu 2,6 % na Região Metropolitana, enquanto no município de São Paulo o índice foi menor, ficando em 1,9%. Melhorou também, no período, o tipo de inserção no mercado de trabalho, com ampliação do emprego assalariado com carteira de trabalho assinada e redução dos contingentes de trabalhadores sem carteira, autônomos e empregados domésticos, formas que costumam ser mais precárias e vulneráveis. Esses movimentos se fizeram acompanhar por aumentos dos rendimentos médios reais também no caso do ABC.

Quanto ao tipo de ocupação, a sub-região Sudeste (ABC) está entre as de maior concentração de mão de obra na indústria de transformação da RMSP, com participação de 26,1% do total de ocupados, em 2012. Nesse setor, predomina o ramo metalmecânico (13,9%) do total de ocupados, segmento mais intensivo em capital e tecnologia e com presença de empresas de maior porte, o que vem acompanhado de maior concentração de postos de trabalho qualificados e de organização dos trabalhadores, dois fatores que contribuem para uma remuneração mais elevada, em relação a outros ramos de atividade econômica.

O Primeira Análise visa entender o processo de transformação do mercado de trabalho brasileiro, marcado por forte redução do desemprego nos anos recentes, dentro de um contexto territorial, sobretudo em uma realidade urbana complexa como a Região Metropolitana de São Paulo.