A necessidade de políticas públicas para a população LGBT e os desafios ainda enfrentados por esse segmento da população foram debatidos na manhã desta terça-feira (29) durante seminário realizado no Consórcio Intermunicipal Grande ABC. O evento contou com organização do Grupo de Trabalho LGBT da entidade regional.
A publicitária e diretora de Arte da Prefeitura de São Bernardo do Campo, Neon Cunha, fez uma apresentação sobre o histórico de discriminação sofrida no Brasil por povos indígenas, pela população negra e pela comunidade LGBT. No caso das pessoas trans, o preconceito ocorre dentro da própria família e também no mercado de trabalho.
Para a servidora são-bernardense, que conquistou na Justiça o direito de mudar o nome e o gênero de seus documentos sem ter de apresentar atestado médico, não há nada mais primário do que a garantia de dignidade. “A Constituição Federal afirma que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Temos direito à liberdade e a responsabilidade de garantir vidas”, disse Neon.
O coordenador de Cultura para Gêneros e Etnias do Governo do Estado de São Paulo, Cassio Rodrigo, defendeu a continuidade das políticas públicas instituídas para o enfrentamento dos preconceitos sofridos pela população LGBT. “Não se deve interromper uma iniciativa em vigor quando há troca de gestão. É preciso entender que se trata de cidadãos e cidadãs que precisam ser atendidos como qualquer outro grupo, independentemente de orientação sexual ou identidade de gênero”, afirmou o coordenador de Cultura.
Na abertura do evento, o secretário executivo do Consórcio ressaltou que a entidade regional é o espaço apropriado para trabalhar tema em crescente debate na sociedade contemporânea. “Não há como discutir de forma individualizada a questão LGBT na nossa região. Por meio do Consórcio, os municípios podem trabalhar políticas públicas em sintonia e de forma continuada”, afirmou Palacio.
As ações afirmativas, a partir de propostas e iniciativas com caráter reivindicativo, são fundamentais para combater o preconceito, destacou o coordenador do GT LGBT, Vitor Oliveira Lopes. “O debate permite que possamos avançar e romper as barreiras discriminatórias e promover a diversidade, trabalhando a questão de maneira regional”, disse.
Grande ABC