A estreia do basquete feminino de Franca nos Jogos Abertos do Interior no ABC foi digna de placar elástico, relembrando a força que o masculino já mostrou na sua história. Nesta terça-feira (21), a equipe bateu Assis por 77 a 49, no ginásio do Parque Celso Daniel, em Santo André. A cidade que fica a mais de 400 km de distância da região das sete cidades é conhecida na modalidade pelo número expressivo de títulos nacionais, estaduais e internacionais, como sul-americanos e pan-americanos. Isso tudo entre os homens, onde recebe investimento alto e jogadores de renome. Entre as meninas a realidade é diferente, mas o peso da camisa também é notado.
“A diferença de investimento entre masculino e feminino é grande na cidade, mas eles nunca nos atrapalharam, pelo contrário, sempre ajudam no que podem. Temos um bom relacionamento. Somos um time com ajuda apenas da Prefeitura, mas carregamos o nome da cidade nas costas e isso pesa. Fazemos de tudo para usar o masculino como exemplo e fazer com que levemos da melhor forma o nome de capital nacional do basquete”, explicou o técnico Alexandre Borges, nascido em Franca e que milita no basquete feminino há 32 anos.
Com um grupo jovem, e que conta com todas as jogadoras naturais de Franca, o treinador confia no trabalho realizado e que a força da base da cidade traga bons frutos. “Temos projetos sociais nos ajudando em garimpar novos talentos e vamos seguir lutando, sem desistir. Sabemos de todos os problemas do basquete feminino atualmente, mas vamos manter a mesma energia e lutar pelo basquete.”
Enumerando as dificuldades encontradas pela modalidade hoje em dia, Borges crê que uma revolução logo acontecerá e o feminino voltará a ter sucesso como a época de Magic Paula e Hortência. Ou algo perto disso, ao menos. “Atingir aquele patamar é difícil, mas a questão é continuar em frente. Há 12 anos o feminino era melhor que o masculino, entre as melhores seleções do mundo, e por falta de responsabilidade e seriedade tivemos essa queda brusca. Porém, acredito que uma nova geração de talentos entre atletas e treinadores está surgindo, e que se for feito da forma correta dará frutos. Basta olhar com carinho para quem se dedica com seriedade ao trabalho e investir nisso.”
Franca quase se inscreveu na Liga de Basquete Feminino, que começa em janeiro, e só não o fez pela falta de alguns detalhes financeiros. Porém, o trabalho segue nos Jogos Abertos e com foco para o próximo ano. “Já estamos em final de temporada, falta um pouco de pique, mas vamos seguir firmes nos Abertos jogando o nosso jogo para as coisas fluírem naturalmente”, finalizou Alexandre.
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