O Consórcio Intermunicipal Grande ABC recebeu consultoria técnica sobre o projeto da linha 18-Bronze, projetado inicialmente para ligar o Grande ABC à capital por meio de monotrilho. Atualmente, o Governo do Estado faz estudos para saber a viabilidade do sistema previsto originalmente e analisa a possibilidade de trocá-lo por outro modal, como BRT (Transporte Rápido por ônibus) ou VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Há possibilidade de a decisão sair até junho deste ano.
A entidade regional recebeu na manhã desta terça-feira (16/4) o engenheiro Antônio Luiz Santana, sócio-diretor da Oficina Consultores, especializada em Mobilidade Urbana e Transportes. A empresa foi contratada, por processo licitatório, pela Prefeitura de São Bernardo do Campo em 2010 para fazer o projeto funcional do Metrô Leve que ligaria a cidade à capital por trilhos, estudo que serviu como base para a PPP (Parceria Público-Privada) da linha 18-Bronze, assinada em agosto de 2014. A companhia também venceu concorrência e elaborou o Plano Diretor de Mobilidade Urbana do Grande ABC, contratado pelo Consórcio ABC em 2012.
Santana fez apresentações aos técnicos da entidade regional sobre o histórico do projeto, suas especificações técnicas, a pesquisa de origem e destino realizada entre 2010 e 2011, entre outros dados sobre a linha 18-Bronze. “É um traçado que passa só por três cidades, mas que mexe com a realidade do transporte de toda a região. Deve ser pensado de forma a integrar com os sistemas que já existem, para criar sinergia, ou vai perder efetividade”, afirmou.
Segundo o engenheiro, qualquer que seja o modal estudado para ser implementado no traçado, deve ter capacidade para atender até 25 mil passageiros por hora em cada sentido. Ele disse que é possível um BRT atingir tal número de atendimento, desde que seja projetado para ter estações com sistema de “ultrapassagem”, ou seja, plataformas em que até três ônibus realizassem embarque e desembarque ao mesmo tempo.
“Quando a discussão sobre uma ligação por trilhos do Grande ABC com a capital foi iniciada, lá em 2010, o Governo do Estado de São Paulo entendeu que o monotrilho seria a opção menos agressiva ao meio urbano e a mais barata. Na ocasião, o BRT não foi colocado em pauta porque a Prefeitura de São Bernardo havia solicitado a simulação somente de uma linha direta com São Paulo por trilhos, algo que a cidade não possuía”, afirmou Santana. “Não sou defensor de modal A, B ou C, mas de que esse eixo, que é muito importante do ponto de vista de demanda, tenha uma solução”, completou.
O secretário-executivo do Consórcio ABC, Edgard Brandão, que participou da reunião, foi quem intermediou a consultoria do engenheiro aos profissionais da entidade regional. “Estamos adquirindo embasamento técnico para entender melhor a discussão sobre o modal a ser decidido pelo Governo do Estado e estar 100% por dentro do projeto e das opções para essa linha, que é tratada como prioridade para nossa região. Com isso, podemos contribuir no assessoramento aos prefeitos”, disse Brandão.
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