Congresso de História do Grande ABC recebe contribuições para documento final

O Consórcio Intermunicipal Grande ABC abriu o período para envio de contribuições à Carta de Moções do 16º Congresso de História e de Estudos Regionais do Grande ABC, realizado de 4 a 7 de novembro em São Bernardo do Campo.

O formulário ficará disponível até 30 de novembro e poderá receber propostas relacionadas tanto às moções desta edição quanto às sugestões para o 17º Congresso de História, previsto para ocorrer em São Caetano do Sul, em 2027.

A edição deste ano reuniu pesquisadores, gestores públicos, especialistas e representantes de instituições culturais da região, em uma programação de cerca de 40 horas de atividades. Ao longo de quatro dias, o Congresso promoveu uma ampla reflexão sobre identidade regional, memória, transformações socioeconômicas e desafios contemporâneos. Os debates dialogaram com temas como preservação do patrimônio, dinâmica urbana, aspectos ambientais, diversidade cultural, movimentos sociais e história das sete cidades.

Entre os destaques da edição, estiveram as mesas dedicadas à temática ambiental, incluindo “Patrimônio e meio ambiente, a questão da sustentabilidade e os 100 anos da Represa Billings”, mediada pela secretária municipal de Habitação de São Bernardo, Ruth Cristina Ferreira Ramos, e “Turismo e Patrimônio Ambiental”, conduzida por Lívia Rosseto, coordenadora de Programas e Projetos do Consórcio ABC.

A programação também abordou questões sociais e culturais atuais. A mesa “Igualdade Racial: memórias, conquistas e desafios”, mediada por Neusa Maria Pereira Borges, discutiu racismo estrutural e letramento racial. Já a roda de conversa “Futebol do Grande ABC tem história”, mediada por José Eduardo Assumpção, o Professor Dado, reuniu convidados ligados ao futebol de várzea da região e sugeriu a criação de uma Junta Desportiva Regional.

Temas contemporâneos foram aprofundados nas mesas “Novos fluxos imigratórios do Grande ABC”, mediada por Mônica Iafrate, e “Desindustrialização, reconversão e novas tecnologias”, conduzida por Joel Fonseca Costa, diretor de Desenvolvimento Econômico do Consórcio ABC.

A história regional também esteve presente em diversos debates, como a mesa “História das Famílias: Simonsen, Murray e Suplicy”, mediada por Paula Ferreira Fiorotti, e a mesa “Formação do ABC e da Região Metropolitana de SP”, mediada pelo jornalista Ademir Medici. Os encontros “Pesquisa e Ensino de História e de Memória na região do Grande ABC” e “Fotografia e história do ABC” reuniram memorialistas, representantes de centros de memória e de museus das sete cidades e docente do curso de História da UFABC.

A relação entre memória e identidade foi aprofundada na mesa “Lugares de memórias: das lutas e a construção das identidades no ABC”, mediada por Kedley Correia de Moraes, que contou com pesquisadores dedicados ao estudo do movimento operário.

Produção artística e atividades culturais

A programação contou ainda com a mostra de cinema, que exibiu cerca de 30 filmes sobre as sete cidades, com curadoria do cineasta Diaulas Ullysses Mercedes, além do Encontro dos Cineastas do ABC, dedicado à produção audiovisual regional.

As artes plásticas foram tratadas por José Armando Pereira da Silva e José de Souza Martins, este último um dos idealizadores do primeiro Congresso de História, em 1990.

Ao longo dos quatro dias, a Secretaria Municipal de Cultura de São Bernardo do Campo ofereceu atividades culturais como teatro, oficinas, apresentações musicais, contação de histórias e um roteiro histórico-cultural pelo centro da cidade.

Nas sessões de comunicação, mediadas por Claudia Germano Bulle e Marco Alexandre Nonato Cavalcanti, foram apresentados cerca de 30 trabalhos acadêmicos e não acadêmicos sobre diferentes aspectos do Grande ABC.

Encerramento

O Congresso foi encerrado com a mesa “Mudanças Climáticas e Riscos Ambientais no Grande ABC”, mediada pelo secretário municipal de Meio Ambiente de São Bernardo do Campo, Matheus Graciosi, com participação de Débora Diogo, Gil Scatena e Luciana Rodrigues Fagnoni Costa Travassos, especialistas na área ambiental. O debate reforçou a urgência da agenda climática e a necessidade de retomada de iniciativas regionais de enfrentamento aos eventos extremos.

No último dia, a presidente da Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul, Marisa Catalão de Carvalho Campozana, confirmou que o município sediará a 17ª edição do Congresso, prevista para 2027.