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Pesquisa de Emprego e Desemprego - Quarta-feira, 27 de Abril de 2016

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Desemprego no ABC registra nova alta

Indústria perde vagas, mas Serviços contrata 3 mil em março


Desemprego no ABC registra nova alta

A taxa de desemprego nos municípios do ABC atingiu 16,7% em março, ante 15,7% em fevereiro, registrando aumento pelo quarto mês consecutivo.  Apesar da retração, o segmento de Serviços apresentou crescimento, com geração de três mil postos de trabalho. Os números constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, apresentada hoje (27) na sede da entidade regional.

O índice de desemprego registrado é o maior desde agosto de 2005, quando foi de 16,8%, informou César Andaku, economista do Dieese, durante a apresentação do boletim. “Em relação a fevereiro deste ano, o aumento de um ponto percentual mostra um crescimento rápido no desemprego”, disse.

O número de desempregados no terceiro mês deste ano totalizou 230 mil pessoas. A queda refletiu a redução do nível de ocupação, devido à eliminação de 29 mil postos de trabalho (recuo de 2,5%). No entanto, o resultado foi atenuado pela redução de 1,3% na População Economicamente Ativa (PEA), com a saída de 18 mil pessoas da força de trabalho da região.

Na região do ABC, o contingente de ocupados diminuiu 2,5%, passando a ser estimado em 1.148 mil pessoas. Na análise por setores, o desempenho foi afetado por reduções na Indústria de Transformação (-10,8%, ou eliminação de 32 mil postos de trabalho), com destaque para a metal-mecânica (-13,0%, ou -22 mil). Em menor proporção, houve queda no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-0,9%, ou -2 mil). No sentido inverso, o nível de ocupação teve alta de 0,5% nos Serviços, graças à geração de três mil postos de trabalho.

O número de assalariados caiu 3,2% em março. No setor privado, o contingente de empregados com carteira de trabalho diminuiu 3,7% e permaneceu estável entre os sem carteira. No setor público, o número de assalariados recuou 4,3%. O contingente de autônomos não sofreu variação.

Entre janeiro e fevereiro de 2016, houve queda nos rendimentos médios reais de ocupados (-3,7%), para R$ 2.073, e de assalariados (-3,9%), para R$ 2.120. Também diminuíram as massas de rendimentos de ocupados (-5,6%) e assalariados (-4,6%), em ambos os casos, em decorrência, principalmente, de decréscimos dos rendimentos médios reais.

Comportamento em 12 meses

O índice de desemprego total no ABC em março deste ano (16,7%) superou o registrado no mesmo mês de 2015 (10,5%). O contingente de desempregados aumentou em 83 mil pessoas, como resultado da retração do nível de ocupação (eliminação de 105 mil postos de trabalho, ou queda de 8,4%). O desempenho foi atenuado pela redução da População Economicamente Ativa (PEA) no intervalo, em que 22 mil pessoas deixaram de fazer parte da força de trabalho da região (redução de 1,6%).

“Nossa expectativa era por um aumento da PEA. No entanto, a queda indica um pessimismo das pessoas em procurar emprego para tentar voltar ao mercado de trabalho”, afirmou Andaku.

O nível de ocupação diminuiu 8,4% entre fevereiro de 2015 e de 2016, a maior redução dos últimos meses nessa base de comparação. Na análise setorial, o desempenho foi afetado pela retração nos Serviços (-8,9%, ou eliminação de 59 mil postos de trabalho), na Indústria de Transformação (-9,2%, ou -27 mil) – com destaque para a metal-mecânica (-8,1%, ou -13 mil) – e, em menor medida, no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-0,9%, ou -2 mil).

Trabalho doméstico

O Boletim Temático Trabalho Doméstico na Região Metropolitana de São Paulo no ano de 2015 também foi apresentado nesta quarta-feira no Consórcio. A parcela de empregadas domésticas no total de mulheres ocupadas diminuiu no ano passado, passando de 13,7% em 2014, para 13,1%, menor proporção já registrada na série da pesquisa.

A tendência é que a taxa continue em queda, afirmou Leila Luiza Gonzaga, analista de mercado de trabalho da Fundação Seade. “Falta renovação da mão de obra neste tipo de atividade, pois o perfil dessas trabalhadoras mudou significativamente. As empregadas domésticas são basicamente mulheres mais velhas, com 70,2% delas tendo 40 anos ou mais”, explicou.

A formalização segue como tendência, acrescentou a analista. As mensalistas com carteira assinada passaram de 40,9% em 2014 para 42,8% em 2015, enquanto as sem carteira recuaram de 20,3% para 17,7% no mesmo período. Paralelamente ao processo de formalização, o trabalho como diarista cresceu e atingiu 39,5% do total de trabalhadoras domésticas no ano passado, ante 38,7 em 2014, indicando reflexos da promulgação da Proposta de Emenda à Constituição conhecida como PEC das Domésticas, que prevê novos direitos os trabalhistas para a categoria.

O rendimento médio real por hora do total de empregadas domésticas cresceu 4,6% entre 2014 e 2015. As mensalistas com carteira assinada passaram a receber, em média, R$ 7,59 por hora e as diaristas, R$ 10,00 por hora, em 2015. “O salário das empregadas domésticas é muito vinculado ao salário mínimo, que tem apresentado aumentos consecutivos na última década”, disse Leila Gonzaga.

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