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Pesquisa de Emprego e Desemprego - Quarta-feira, 24 de Junho de 2015

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Emprego industrial aponta recuperação no ABC

Setor foi responsável pela geração de 15 mil postos de trabalho


Emprego industrial aponta recuperação no ABC

A taxa de desemprego cresceu no mês de maio no ABC, ao passar de 12,1%, em abril, para os atuais 12,7%, em um movimento inesperado para o período, já que tradicionalmente a época costuma ser de estabilidade ou contratações. Já a Indústria da Transformação foi responsável por gerar 15 mil postos de trabalho na região, ou 5,1%, fazendo o caminho inverso ao detectado na Região Metropolitana de São Paulo, onde houve queda nas vagas.  As informações são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, e divulgada hoje (24) na sede da entidade regional.

O contingente de desempregados foi estimado em 180 mil pessoas, 10 mil a mais do que no mês anterior. Segundo a pesquisa, este resultado decorreu, exclusivamente, do aumento da População Economicamente Ativa – PEA (entrada de 10 mil pessoas na força de trabalho da região, ou 0,7%). Para o economista da Fundação Seade e coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian, “o aumento da taxa de desemprego foi inesperado devido à conjuntura da região. Aparentemente, enquanto o nível de ocupação se manteve estável, mais pessoas entraram no mercado de trabalho em maio’’, explicou.

Entre abril e maio, a taxa de desemprego total elevou-se em todos os domínios geográficos para os quais os indicadores da PED são calculados: de 12,7% para 13,5% nos demais municípios da Região Metropolitana, exceto a capital; de 12,4% para 12,9% na RMSP; e de 12,2% para 12,5% no município de São Paulo.

Na Região do ABC, o total de ocupados manteve estabilidade, sendo estimado em 1.238 mil pessoas. De todos os setores observados, a Indústria de Transformação se manteve em crescimento, com a geração dos 15 mil postos de trabalho. Loloian observou que a recuperação da Indústria pode refletir o aumento de exportações da região. ‘’Temos tido alguns indicadores de recomposição no nível de emprego industrial, apesar das oscilações negativas ao longo dos últimos cinco anos. Estávamos no fundo do poço no primeiro trimestre em relação à série histórica. Mas o setor tem esboçado uma reação’’.

O economista lembrou, ainda, a contribuição do segmento metal-mecânico, que representa 50% da Indústria da Transformação dentro da região, que gerou 5 mil postos de trabalho, ou 3,3%. No entanto, ''o fôlego conquistado pela Indústria não foi volumoso a ponto de compensar as reduções registradas em outros setores’’, disse, em contraste à eliminação de 12 mil (-1,9%) postos de trabalho nos Serviços, e 4 mil (-1,9%) no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas.

Segundo posição na ocupação, o número de assalariados reduziu-se em 1,8%. No setor privado, retraíram-se o contingente de empregados sem carteira de trabalho assinada (-8,2%) e, em menor proporção, o com carteira (-0,4%). No mês em análise, ampliou-se o número de autônomos (6,0%).

Em maio, reduziu-se a média de horas semanais trabalhadas entre os ocupados (de 41 para 40) e os assalariados (de 42 para 41). A proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais também diminuiu para os ocupados (de 26,5% para 25,9%) e os assalariados (de 23,5% para 22,6%).

Entre março e abril de 2015, retraíram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-1,6%) e assalariados (-2,1%), que passaram a equivaler a R$ 2.161 e R$ 2.210, respectivamente. Também contraíram-se as massas de rendimentos de ocupados (-2,3%) e assalariados (-3,0%), em ambos os casos, devido a reduções do nível de ocupação e dos rendimentos médios.

COMPORTAMENTO EM 12 MESES

Em maio de 2015, a taxa de desemprego total na Região do ABC (12,7%) ficou acima da observada no mesmo mês de 2014 (10,2%). Nesse período, a taxa de desemprego aberto elevou-se de 8,2% para 10,1%.

Em termos absolutos, o contingente de desempregados ampliou-se em 35 mil pessoas, como resultado da redução do nível de ocupação (eliminação de 41 mil postos de trabalho, ou -3,2%) e da saída de pessoas da População Economicamente Ativa – PEA (-6 mil, ou -0,4%).

Entre maio de 2014 e de 2015, o nível de ocupação diminuiu pelo nono mês consecutivo, nessa base de comparação (-3,2%). Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu das reduções nos Serviços (-7,5%, ou eliminação de 51 mil postos de trabalho) e na Indústria de Transformação (-2,8%, ou -9 mil) – com destaque para o segmento da metal-mecânica (-8,8%, ou -15 mil) –, não compensadas pelo crescimento no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (4,0%, ou geração de 8 mil postos de trabalho).

O assalariamento reduziu-se em 4,3% nos últimos 12 meses, enquanto o número de autônomos aumentou 4,9%. A pesquisa aponta que os contingentes de assalariados com e sem carteira de trabalho assinada diminuíram -5,0% e -2,2%, respectivamente. Loloian sugere que o recente declínio na quantidade de assalariados com carteira não afeta o crescimento observado em outros períodos. ‘’Em 15 anos, tivemos crescimento de 30% dos assalariados com carteira dentro da região. Apesar da recente redução, o que vemos é que os benefícios conquistados no passado não foram perdidos’’, destacou.

Entre abril de 2014 e de 2015, retraiu-se o rendimento médio real dos ocupados (-4,3%) e permaneceu relativamente estável o dos assalariados (0,2%). Diminuíram a massa de rendimentos reais dos ocupados (-6,5%) e, em menor proporção, a dos assalariados (-2,7%). Tal resultado deveu-se, no primeiro caso, principalmente à redução dos rendimentos médios reais e, para os assalariados, ao decréscimo do nível de emprego.

 

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