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Pesquisa de Emprego e Desemprego - Quarta-feira, 27 de Maio de 2015

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Taxa de desemprego sobe no ABC, mas Indústria mantém estabilidade

Taxa de desemprego sobe no ABC, mas Indústria mantém estabilidade


Taxa de desemprego sobe no ABC, mas Indústria mantém estabilidade

A taxa de desemprego apresentou alta em abril e, ainda que o movimento seja típico para o período, surpreendeu pela intensidade, ao passar de 10,5%, em março, para os atuais 12,1%. Já o contingente de ocupados da Indústria de Transformação foi positivo, com geração de 1 mil postos de trabalho, ou 0,3%. As informações constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, divulgada hoje (27) na sede da entidade regional.

O contingente de desempregados foi estimado em 170 mil pessoas, 23 mil a mais do que no mês anterior. Este resultado decorreu da redução do nível de ocupação (eliminação de 15 mil postos de trabalho, ou -1,2%) e do ligeiro crescimento da População Economicamente Ativa – PEA (entrada de 8 mil pessoas na força de trabalho da região, ou 0,6%).

Segundo o assessor técnico do Dieese, Thomaz Ferreira Jensen, a elevação do desemprego foi percebida também pelos demais domínios geográficos para os quais os indicadores da PED são calculados. ‘’O pessimismo econômico tem refletido em toda a região metropolitana de São Paulo. O impacto pode ser sentido na queda de contratações’’, analisou ao constatar a elevação da taxa de desemprego de 11,4% para 12,4% na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP); de 10,8% para 12,2% no município de São Paulo; e de 12,3% para 12,7% nos demais municípios da RMSP, exceto a capital.

Na Região do ABC, o contingente de ocupados diminuiu 1,2%, passando a ser estimado em 1.238 mil pessoas. Jensen atrela a queda de ocupados da região ao mal desempenho do setor de Serviços em abril. ‘’No primeiro quadrimestre o setor de Serviços vinha apresentando uma trajetória superior ao mesmo período do último biênio, mas agora em abril verificamos uma queda contundente. Um componente que pode explicar esse movimento negativo é a  política monetária que tende a impactar os empréstimos e financiamentos imobiliários’’, sugere.

Os setores de Serviços e Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas foram responsáveis pela eliminação de 22 mil postos de trabalho (-3,3%) e 2 mil (-0,9%), respectivamente. Já a Indústria de Transformação conseguiu gerar 1 mil novos postos de trabalho (0,3%). Jensen destaca a recuperação do segmento metal-mecânico que conseguiu gerar 3 mil postos de trabalho (2,0%) no fim do quadrimestre. ‘’Começamos 2015 em um patamar inferior, mas estamos recuperando o fôlego para arriscar uma recuperação no segundo semestre’’, analisou.

Segundo posição na ocupação, o número de assalariados reduziu-se em 1,5%. No setor privado, diminuiu o contingente de empregados com carteira de trabalho assinada (-2,4%) e cresceu o sem carteira (3,2%). No mês em análise, permaneceu estável o número de autônomos (183 mil).

Em abril, manteve-se estável a média de horas semanais trabalhadas entre os ocupados (41 horas) e assalariados. A proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais reduziu-se para os ocupados (de 29,2% para 26,5%) e os assalariados (de 25,6% para 23,5%).

Entre fevereiro e março de 2015, permaneceu em relativa estabilidade o rendimento médio real de ocupados (-0,3%) e variou positivamente o de assalariados (0,5%), que passaram a equivaler a R$ 2.184 e R$ 2.245, respectivamente. Elevaram-se as massas de rendimentos de ocupados (0,7%) e assalariados (1,4%), em ambos os casos, devido ao crescimento do nível de ocupação, uma vez que pouco variaram os rendimentos médios.

COMPORTAMENTO EM 12 MESES

 

Em abril de 2015, a taxa de desemprego total na Região do ABC (12,1%)

ficou acima da observada no mesmo mês de 2014 (11,2%). Nesse período, a taxa de desemprego aberto elevou-se de 8,9% para 9,9%.

Em termos absolutos, o contingente de desempregados ampliou-se em 11 mil pessoas, como resultado da redução do nível de ocupação (eliminação de 24 mil postos de trabalho, ou -1,9%), movimento atenuado pela saída de pessoas da População Economicamente Ativa – PEA (13 mil, ou -0,9%).

Entre abril de 2014 e de 2015, o nível de ocupação diminuiu pelo oitavo mês consecutivo, nessa base de comparação (-1,9%). Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu das reduções na Indústria de Transformação (-9,0%, ou eliminação de 29 mil postos de trabalho) – com destaque para o segmento metal-mecânica (-14,3%, ou -25 mil) – e nos Serviços (-3,0%, ou -20 mil), não compensadas pelo crescimento no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (7,1%, ou geração de 14 mil postos de trabalho). ‘’O Comércio tem mantido trajetória mais positiva no nível de ocupação do que a observada no primeiro quadrimestre de 2014’’, assegura o técnico.

O assalariamento reduziu-se em 2,3% nos últimos 12 meses. No setor privado, diminuíram os contingentes de assalariados com e sem carteira de trabalho assinada (-3,5% e -3,0%, respectivamente). No período em análise, o número de autônomos permaneceu estável.

Entre março de 2014 e de 2015, retraíram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-5,7%) e de assalariados (-3,7%). Também diminuíram as massas de rendimentos reais dos ocupados (-7,2%) e dos assalariados (-5,4%), em ambos os casos, em função da redução dos rendimentos médios reais e, em menor proporção, do nível de ocupação. Thomaz cogita uma recuperação do rendimento para os próximos meses. ‘’Há tendência de recuperação no segundo semestre, período em que a categoria industrial tem data-base’’, defende.

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