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Indústria se recupera pela primeira vez em cinco meses
Após dois meses em queda, a taxa de desemprego registrou alta em março ao passar de 10,0%, em fevereiro, para os atuais 10,5% - uma elevação típica para a passagem de fevereiro para março. Um dado favorável à região foi a primeira recuperação da Indústria de Transformação em 2015, após enfrentar cinco meses de recuo do número de ocupados. A indústria foi responsável pela geração de 19 mil postos em março. As informações foram divulgadas hoje (29) durante apresentação da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC.
O contingente de desempregados foi estimado em 147 mil pessoas, 9 mil a mais do que no mês anterior. Este resultado decorreu do insuficiente crescimento do nível de ocupação (geração de 14 mil postos de trabalho, ou 1,1%) para absorver o aumento da População Economicamente Ativa – PEA (23 mil pessoas ingressaram na força de trabalho da região, ou 1,7%). Segundo o assessor técnico do Dieese, Thomaz Ferreira Jensen, o crescimento da taxa para o mês de março é sazonal por conta do aumento da PEA. ‘’Nesse período há um volume maior de pessoas entrando no mercado de trabalho, e a falta de vagas para absorvê-los faz com que haja acréscimo da taxa de desemprego na região’’, explicou.
Entre fevereiro e março de 2015, o crescimento da taxa de desemprego foi sentido em todos os domínios geográficos para os quais os indicadores da PED são calculados: de 10,5% para 11,4% na Região Metropolitana de São Paulo; de 10,4% para 10,8% no município de São Paulo; e de 10,6% para 12,3% nos demais municípios da RMSP, exceto a capital.
Na Região do ABC, o contingente de ocupados cresceu 1,1%, passando a ser estimado em 1.253 mil pessoas. Setorialmente, esse resultado decorreu dos aumentos na Indústria de Transformação (7,0%, ou geração de 19 mil postos de trabalho) – com destaque para o segmento metal-mecânica (8,1%, ou 11 mil). No Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas também houve aumento (2,4%, ou 5 mil). O setor de Serviços, por sua vez, eliminou 15 mil postos (-2,2%).
Para Thomaz Jensen, a Indústria de Transformação dá sinais de recuperação para o primeiro semestre. ‘’Embora não tenha sido suficiente para compensar a redução de Serviços, o aumento da ocupação no meio do primeiro semestre pode ser um indicativo de que a Indústria irá se recuperar. Lembremos que a Indústria responde por 22,3% da ocupação no ABC’’, assinalou.
Segundo posição na ocupação, o número de assalariados aumentou 1,1%. No setor privado, mantiveram-se estáveis os contingentes de empregados com e sem carteira de trabalho assinada. No mês em análise, o conjunto de autônomos ampliou-se em 4,0%.
Em março, manteve-se estável a média de horas semanais trabalhadas entre os ocupados (41 horas) e assalariados (42 horas). A proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais permaneceu em relativa estabilidade entre os ocupados (de 29,5% para 29,2%) e entre os assalariados (de 25,9% para 25,6%).
Entre janeiro e fevereiro de 2015, reduziram-se os rendimentos médios reais de ocupados (-2,3%) e assalariados (-2,4%), que passaram a equivaler a R$ 2.163 e R$ 2.205, respectivamente. Também retraíram-se as massas de rendimentos de ocupados (-3,1%) e assalariados (-3,0%), em ambos os casos, devido ao decréscimo do rendimento médio e, em menor proporção, do nível de ocupação. Jensen chama atenção para a sequência de quedas no rendimento médio real. ‘’Em um ano com a atividade econômica relativamente estagnada e inflação alta, o ganho real deve sofrer impacto negativo. Temos visto diversas negociações coletivas sem sucesso por conta da reposição da inflação’’, ponderou.
COMPORTAMENTO EM 12 MESES
Em março de 2015, a taxa de desemprego total na Região do ABC (10,5%) ficou abaixo da observada no mesmo mês de 2014 (11,1%). Nesse período, a taxa de desemprego aberto (8,6%) não variou, o que permite afirmar que reduziu-se o desemprego oculto. ‘’Tendo em vista que 2014 foi um ano de más projeções, apresentar uma taxa de desemprego mesmo que 0,6% menor que a registrada no mesmo período do ano passado já sinaliza para um ano ligeiramente mais produtivo’’, propôs Jensen.
Em termos absolutos, o contingente de desempregados diminuiu em 11 mil pessoas, resultado da redução da População Economicamente Ativa – PEA (25 mil pessoas deixaram de fazer parte da força de trabalho da região, ou -1,8%), em maior intensidade do que a eliminação de postos de trabalho da região (menos 14 mil, ou -1,1%).
Entre março de 2014 e de 2015, o nível de ocupação diminuiu pelo sétimo mês consecutivo, nessa base de comparação, mas de forma menos intensa (-1,1%). Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu da redução na Indústria de Transformação (-13,1%, ou eliminação de 44 mil postos de trabalho) – com destaque para o segmento metal-mecânica (-19,2%, ou -35 mil) –, não compensada pelo crescimento no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (7,1%, ou geração de 14 mil postos de trabalho) e nos Serviços (1,8%, ou 12 mil).
O assalariamento decresceu 1,0% nos últimos 12 meses. No setor privado, retraiu-se o contingente de assalariados sem carteira de trabalho assinada (-6,9%) e, em menor medida, o com carteira (-0,8%). No período em análise, o conjunto de autônomos reduziu-se em 1,1%.
Entre fevereiro de 2014 e de 2015, contraiu-se o rendimento médio real de ocupados (-4,3%) e o de assalariados (-3,8%). Jensen explica que a região possui uma posição diferenciada dentro do contexto salarial por conta do alto volume do ganho real típico da região. ‘’Ainda que o rendimento dos ocupados do ABC tenha caído bastante em relação ao mesmo período de 2014, a remuneração do ABC é elevada em consideração às demais regiões onde também são auferidos os dados da PED’’, disse.
Também diminuíram as massas de rendimentos reais dos ocupados (-6,0%) e dos assalariados (-5,7%), em ambos os casos, em função da redução dos rendimentos médios reais e, em menor proporção, do nível de ocupação.