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Pesquisa de Emprego e Desemprego - Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015

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Taxa de desemprego no ABC cai 0,5% em janeiro

Taxa de desemprego no ABC cai 0,5% em janeiro


Taxa de desemprego no ABC cai 0,5% em janeiro

 

A taxa de desemprego total na região do ABC diminuiu em janeiro, ao passar de 10,9% para os atuais 10,4%, em movimento pouco usual para o período. A redução foi maior que a apurada na Região Metropolitana de São Paulo, onde a taxa se manteve estável (de 9,9% para 9,8%), no município de São Paulo (de 9,7% para 9,5%) e nos demais municípios da RMSP, exceto a capital (de 10,2% para 10,3%). As informações foram divulgadas hoje (25) durante apresentação da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC.

O contingente de desempregados foi estimado em 145 mil pessoas, 9 mil a menos do que no mês anterior. O resultado deveu-se à redução da População Economicamente Ativa – PEA (22 mil pessoas saíram da força de trabalho da região, ou -1,6%) em intensidade superior à do nível de ocupação (eliminação de 13 mil postos de trabalho, ou -1,0%). Esta foi a terceira maior redução do índice na série histórica; maior desde janeiro de 2003. O assessor técnico do Dieese, Thomaz Ferreira Jensen, defende que a queda de maior magnitude do indicador está relacionada a fatores sazonais. ‘’A redução da PEA é comum para o mês de janeiro, já que muitas pessoas ainda se encontram de férias’’, explicou.

Na Região do ABC, o contingente de ocupados diminuiu 1,0%, passando a ser estimado em 1.247 mil pessoas. Setorialmente, esse resultado decorreu de reduções na Indústria de Transformação (-2,3%, ou eliminação de 7 mil postos de trabalho) – com destaque para o segmento metal-mecânica (-5,1%, ou -8 mil) – e nos Serviços (-0,4%, ou -3 mil), parcialmente compensadas pelo crescimento no Comércio e Reparação de Veículos Automotor e Motocicletas (1,5%, ou geração de 3 mil postos de trabalho). ‘’O comércio sofreu com oscilações durante o segundo semestre do ano passado. No entanto, em janeiro apresentou maior alta desde agosto (igualando a novembro). Este é um setor sensível e suscetível a grandes variações, ele precisa ganhar fôlego até a metade do ano já que há tendência de queda no segundo semestre’’, ponderou.

Segundo posição na ocupação, o número de assalariados diminuiu 2,8%. No setor privado, reduziram-se os empregos com e sem carteira de trabalho assinada (-2,6% e -2,0%, respectivamente). No mês em análise, o contingente de autônomos ampliou-se em 3,5% e o de empregados domésticos retraiu-se em 4,2%.

Em janeiro, reduziu-se a média de horas semanais trabalhadas pelos ocupados (de 42 para 41) e manteve-se estável a dos assalariados (42 horas). A proporção dos que trabalharam mais de 44 horas semanais diminuiu entre os ocupados (de 30,6% para 29,7%) e os assalariados (de 28,4% para 27,4%).

Entre novembro e dezembro, elevaram-se os rendimentos médios reais de ocupados (2,2%) e assalariados (2,5%), que passaram a equivaler a R$ 2.131 e R$ 2.200, respectivamente. Embora os aumentos estejam relacionados à redução dos níveis de ocupação, Jensen explica que a ampliação das massas de rendimentos de ocupados (1,5%) e assalariados (2,0%) são positivos tratando-se de um período incerto economicamente. ‘’Conseguir aumento no rendimento diante de uma inflação com tendência de crescimento é difícil. Mas vejo essa movimentação com otimismo, pode ser um indício de que o comércio irá se recuperar’’, disse.

COMPORTAMENTO EM 12 MESES

‘’No ano passado fomos surpreendidos por uma elevação significativa de desempregados entre janeiro e fevereiro. Devido às condições atuais, é possível que a taxa acompanhe essa tendência para a próxima divulgação’’, cogitou Jensen, em referência aos 10,4% registrados em janeiro de 2015, número superior aos 8,9% observado no mesmo período de 2014.

Em termos absolutos, o contingente de desempregados aumentou em 19 mil pessoas, resultado da redução do nível de ocupação (eliminação de 41 mil postos de trabalho, ou -3,2%), em maior intensidade do que a da força de trabalho da região (22 mil pessoas a menos, ou -1,6%). A taxa de participação contraiu-se, ao passar de 62,3% para 60,9%, no período analisado.

Entre janeiro de 2014 e de 2015, o nível de ocupação diminuiu pelo quinto mês consecutivo, mas de forma mais intensa (-3,2%), nessa base de comparação. Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu das reduções na Indústria de Transformação (-15,4%, ou eliminação de 53 mil postos de trabalho) – com destaque para o segmento metal-mecânica (-13,3%, ou -23 mil) – e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-10,8%, ou -24 mil), não compensadas pelo crescimento nos Serviços (6,1%, ou geração de 39 mil postos de trabalho).

O assalariamento diminuiu 3,6% nos últimos 12 meses. No setor privado, retraíram-se os contingentes de empregados assalariados com e sem carteira de trabalho assinada (-2,6% e -6,8%, respectivamente). No período em análise, o conjunto de autônomos reduziu-se em 0,6%.

Entre dezembro de 2013 e de 2014, contraiu-se o rendimento médio real dos ocupados (-5,4%) e aumentou o dos assalariados (3,2%). Retraiu-se a massa de rendimentos reais dos ocupados (-6,6%) e elevou-se a dos assalariados (1,3%), no primeiro caso, em função da redução dos rendimentos médios reais e, em menor medida, do nível de ocupação e, no caso dos assalariados, devido ao crescimento do salário médio real em intensidade superior à redução do nível de emprego.

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